Maria Barroso vai dar nome ao Auditório Municipal de Olhão

A decisão foi anunciada no dia em que se comemorou o 98º aniversário do nascimento de Maria Barroso Soares, que nasceu em 1925 e morreu em 2015

Maria Barroso, antiga primeira dama e natural da Fuzeta, vai passar a dar nome ao Auditório Municipal de Olhão, anunciou esta terça-feira, 2 de Maio, a autarquia olhanense. 

A decisão foi anunciada no dia em que se comemorou o 98º aniversário do nascimento de Maria Barroso Soares, que nasceu em 1925 e morreu em 2015.

Da proposta, aprovada em sessão de câmara, foi dado conhecimento à Assembleia Municipal e ao filho João Soares, ex-ministro da Cultura e presidente da Câmara de Lisboa.

«Vamos formalizar esta aprovação camarária em Novembro, durante o evento cultural Arte Larga, altura em que faremos uma justíssima homenagem à grande fusetense e algarvia que foi Maria de Jesus Barroso Soares», esclarece António Pina, presidente da Câmara de Olhão, revelando que farão parte dos convidados os familiares mais próximos de Maria Barroso e de Mário Soares, nomeadamente os seus dois filhos.

O autarca descreve ainda a ilustre fusetense como «uma mulher de causas e uma cidadã ativa na política, na cultura e na sociedade».

«Que melhor nome poderíamos dar ao nosso auditório do que o desta mulher que tanto deu à cultura nacional?», segundo o edil.

Maria Barroso nasceu na Fuzeta (Olhão) em Maio de 1925, filha de um oficial do Exército que era oposicionista, Alfredo José Barroso, e de  Maria da Encarnação Simões, professora primária, sendo a quinta de sete irmãos.

Diplomada em teatro pelo Conservatório Nacional, licenciou-se também em Ciências Histórico-Filosóficas, na Faculdade de Letras de Lisboa. Foi aí que conheceu Mário Soares, com quem se casou em 1949 quando este estava preso no Aljube, por razões políticas, e de quem foi companheira de toda a vida.

Maria Barroso foi atriz, tendo feito o curso no Conservatório, onde foi aluna de grandes mestres, como  Maria Matos e Alves da Cunha. Ingressou no elenco do Teatro Nacional, na companhia de Amélia Rey Colaço/ Robles Monteiro.

Sempre interventiva a nível cívico e cultural, Maria Barroso foi professora e diretora do Colégio Moderno, fundado pelo pedagogo João Soares, seu sogro. Devido à sua intervenção política, antes do 25 de Abril de 1974, chegou a estar proibida de dar aulas.

Ao nível político, foi candidata a deputada pela Oposição Democrática no tempo de Marcelo Caetano, em 1969, fundadora do PS em 1973, tendo sido eleita deputada à Assembleia da República em legislaturas da década de 70 e 80 nomeadamente pelo círculo de Faro.

Presidiu à Cruz Vermelha depois de deixar o cargo de primeira-dama de Portugal e foi fundadora da Pro Dignitate – Fundação de Direitos Humanos, organização que dirige. Foi também fundadora da Fundação Aristides de Sousa Mendes.

Foi distinguida com o título de Doutora Honoris Causa pelo Lesley College (23 de Maio de 1994), pela Universidade de Aveiro (16 de Dezembro de 1996)3 e pela Universidade de Lisboa (3 de Novembro de 1999). Foi professora Honorária da Sociedade de Estudos Internacionais de Madrid. Recebeu também a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade a 7 de Março de 1997.

 



Comentários

pub