Érica Vicente, a jovem de 17 anos que foi encontrada com vida depois de ter estado mais de 20 horas desaparecida no mar, «está estável» e, «se tudo correr bem», poderá ter alta do Hospital de Faro daqui a «24 ou 48 horas».
A atualização do estado de saúde desta jovem, que desapareceu no sábado, dia 15, depois de ter sido empurrada pelo vento numa prancha de paddle, na praia do Coelho, em Monte Gordo, foi feito na manhã desta segunda-feira, 17 de Abril.
Em declarações aos jornalistas, Horácio Guerreiro, diretor clínico do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), adiantou que a jovem «está estável», apesar de «algo prostrada, o que é normal depois de ter estado tanto tempo sem alimentação, exposta ao sol e ao stress».
Depois de ter passado uma noite em alto mar, a rapariga, de 17 anos, foi encontrada ontem, dia 16, a 25 milhas (cerca de 46 quilómetros) a sul de Vila Real de Santo António por um navio mercante que navegava a caminho de Tânger, em Marrocos.
A jovem foi encontrada em estado de hipotermia grave, ainda em cima da prancha na qual tinha desaparecido, acabando por ser transportada de helicóptero para o hospital de Faro, depois de o navio cargueiro ter dado o alerta.
Segundo Horácio Guerreiro, a jovem está «um pouco sonolenta e desidratada» e, apesar de «não ter lesões graves», apresenta «algumas dores a nível muscular e cutâneo».
Nesta fase, de acordo com o diretor clínico, o mais sensível é ver «se a função renal se mantém» e, se, «com a hidratação, há problemas a nível cerebral».
«Mas não estamos a prever isso. As equipas estão treinadas para lidar com este tipo de situação», acrescentou.
Érica Vicente está internada no serviço de Pediatria e acompanhada pela mãe. Em termos psicológicos, a jovem está «muito calma».
«Claro que não está muito comunicativa nesta fase, o que é natural, mas é uma resistente e uma miúda muito tranquila», disse Horácio Guerreiro.
As perspetivas de recuperação são, assim, «otimistas», num caso que, nas palavras do diretor clínico do CHUA, nos «surpreende a todos».
«Estar tanto tempo no mar, em condições de stress máximo… É preciso um instinto de sobrevivência e um autocontrolo para não entrar em pânico – é uma heroína sem dúvida nenhuma», concluiu.
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