Associação Académica dá bolsas de estudo mesmo após ser «ignorada» pela AMAL

As 32 bolsas têm o valor de 697 euros e serão dadas a todos os alunos que ficaram de fora das bolsas da Direção-Geral do Ensino Superior

Foto: Flávio Costa | Sul Informação

A Associação Académica da Universidade do Algarve (AAUAlg) queria ter o apoio dos municípios para dar bolsas de estudo, mas diz ter sido «completamente ignorada». Só Castro Marim aceitou o pedido, enquanto a AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve se defende, dizendo que «não dá subsídios». Agora, será a própria AAUAlg a avançar com 30 bolsas.

O projeto das bolsas de estudo da AAUAlg, que nasceu em 2020 pelas mãos de Raquel Jacob, regressou este ano, já na presidência de Fábio Zacarias.

O objetivo era claro: dar 85 bolsas de estudo, 20 financiadas pelas Associação Académica e 65 apoiadas pelos municípios.

Sem o apoio dos municípios, à exceção de Castro Marim, serão dadas apenas 32 bolsas – 30, pagas pela AAUAlg, e duas pela autarquia castromarinense.

As bolsas têm o valor de 697 euros – o equivalente ao valor da propina anual de qualquer licenciatura ou Mestrado Integrado – e serão dadas a todos os alunos que ficaram de fora dos apoios da Direção-Geral do Ensino Superior.

 

Fábio Zacarias – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

 

O projeto, que a AAUAlg diz que contribui «para a fixação de jovens na região», foi apresentado, em Março, ao secretariado da AMAL, mas «nunca houve oportunidade de uma apresentação junto do Conselho Intermunicipal do Algarve».

Ao Sul Informação, Fábio Zacarias, presidente da Associação Académica, garantiu que todas as tentativas de contacto saíram goradas.

«Fomos completamente ignorados e não percebemos o porquê. Ninguém se justificou», disse.

A AAUAlg tentou, na mesma, reunir-se com os municípios, de forma individual.

«Tivemos reuniões com Faro, Portimão, Lagoa, Aljezur, Castro Marim e Loulé, mas só Castro Marim decidiu integrar o nosso projeto», lamentou.

Confrontado pelo nosso jornal com a sua ausência de resposta, António Pina, presidente da AMAL, respondeu, de forma lacónica, que não «consegue precisar a data desse pedido de reunião».

O argumento do também autarca de Olhão é que a Comunidade Intermunicipal «não dá subsídios» e que serem os municípios a financiar estas bolsas da AAUAlg «não faz sentido».

 

António Pina – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

«Em Olhão, por exemplo, ia haver uma sobreposição, porque já damos bolsas de estudo», justificou António Pina.

Só que, em Castro Marim… é isso mesmo que vai acontecer.

«Nós já temos as nossas bolsas de estudo, tanto para o ensino superior como secundário, e decidimos, mesmo assim, aceitar» esta proposta, explicou ao Sul Informação o autarca Francisco Amaral.

Para o presidente da Câmara de Castro Marim, esta é «uma iniciativa muito positiva, por parte da Associação Académica, e que recebeu logo a nossa aprovação».

«Poder alargar essa possibilidade a mais alunos foi o que nos fez ir em frente», considerou.

Francisco Amaral lamentou também que os outros municípios não tenham entrado no projeto.

«É muito feio que alguém deixe de estudar apenas porque não tem dinheiro». concluiu.

 

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