PCP: «Populações e empresas do Algarve são vítimas da gestão privada dos CTT»

Denunciada a «profunda degradação» do serviço postal em toda a região do Algarve

Estação dos CTT no Algarve – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação (arquivo)

«Populações e empresas do Algarve são vítimas da gestão privada dos CTT», defende a Direção da Organização Regional do Algarve do Partido Comunista Português (PCP), em comunicado.

Denunciando a «profunda degradação» do serviço postal em toda a região do Algarve, os comunistas salientam que, «cerca de oito anos depois da privatização dos CTT (2014), que o Governo PSD/CDS concretizou, confirmam-se todas as consequências negativas para as quais o PCP alertou atempadamente».

«A lógica de uma gestão desligada dos interesses e necessidades das populações e amarrada aos milhões de euros de lucros que os accionistas estão a ganhar, é a que prevalece. Continua o encerramento de balcões e a redução do seu horário de funcionamento, o despedimento de milhares de trabalhadores (mais de 4000 desde a privatização) e a incapacidade – dados os baixos salários – para fixar novos trabalhadores e a transformação dos CTT num banco privado, em detrimento do serviço postal de qualidade que deveria assegurar», acrescenta o PCP.

Na região do Algarve, «multiplicam-se as queixas e as denúncias quanto aos atrasos na entrega do correio, situação essa que se agrava durante o verão. Com reformados a receberam a sua reforma dez dias depois do previsto, com facturas da luz a chegar aos clientes já depois dos prazos de pagamentos, com a imprensa regional a queixar-se de que os jornais chegam a casa dos leitores duas a três semanas depois, com as populações e as empresas prejudicadas com o correio normal e mesmo o azul a chegar cada vez mais tarde. Os problemas mais agudos sentem-se junto das populações mais isoladas da serra e interior algarvio, mas também nos grandes centros urbanos, assistiu-se à redução do número de giros por parte dos carteiros que, tal como outros trabalhadores, não têm mãos a medir para tanto trabalho».

Os comunistas algarvios sublinham que «tudo isto acontece com a completa cumplicidade do governo PS que, em vez de ter recuperado para o Estado o controlo e a propriedade dos CTT, ainda recentemente prolongou o contrato de concessão do serviço postal até 2028».

No seu comunicado, o PCP reafirma que «as populações algarvias precisam de um serviço postal de qualidade e proximidade».

«O Algarve e o País estão a andar para trás nesta como noutras matérias. Como a vida está a confirmar a privatização dos CTT só beneficiou a família Champalimaud e diversos fundos de investimento norte-americanos», por isso os comunistas reclamam uma «intervenção urgente do Governo – que não se pode esconder por detrás da ANACOM – para pôr cobro a uma situação que está a prejudicar a vida de quem trabalha, de milhares de empresas, dos reformados e pensionistas. A defesa do interesse do Algarve e do País reclama a recuperação do controlo público desta empresa».

 



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