Campus da UAlg em Portimão é para avançar e até já há terreno

Questão do financiamento poderá ser resolvida com fundos europeus

Terreno do futuro Campus de Portimão da UAlg – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

O novo Campus de Portimão da Universidade do Algarve é mesmo para avançar, admitiu o reitor da instituição, e até tem um terreno à espera. Neste momento, falta garantir o financiamento, mas a UAlg já o está a procurar em conjunto com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve e o município portimonense.

No entanto, avisou o reitor Paulo Águas, este «não é um projeto que será concretizado em breve. Estamos a falar do médio/longo prazo».

Na sequência do anúncio feito por Isilda Gomes, durante a festa de aniversário da Startup Portimão, que a Câmara de Portimão, a que preside, tinha colocado à disposição da UAlg «um espaço considerável no Barranco do Rodrigo, com 22 mil metros quadrados de área construída, destinado à instalação de um campus universitário e à construção de residências universitárias», o reitor confirmou ao Sul Informação que tem «vindo a conversar com a Câmara de Portimão e com a CCDR, sobre a possibilidade de disponibilização de fundos, para que possamos, no futuro, ter uma infraestrutura de ensino nesse novo espaço».

«A Universidade do Algarve, através das dotações que recebe do Orçamento de Estado (OE) e através das suas receitas próprias, não tem meios para desenvolver infraestruturas», ao contrário do que acontecia no passado, com o PIDDAC, ilustrou.

Hoje em dia, «todas as infraestruturas que as instituições de Ensino Superior têm vindo a construir é com apoio de fundos públicos, mas não provenientes do OE».

 

Paulo Águas

 

Isto não significa que este projeto não possa avançar.

«Estamos a trabalhar nisso. Consideramos que há aqui uma oportunidade no próximo quadro comunitário, mas ainda não há nada de concreto», afirmou Paulo Águas,  possibilidade que foi igualmente admitida por José Apolinário, presidente da CCDR do Algarve. Também a Câmara de Portimão estará disposta a entrar na solução de financiamento do futuro campus.

Para já, e enquanto as conversações continuam, o que a reitoria salienta «é a disponibilidade da Câmara em ceder o terreno, porque arranjar verbas para construir e não ter um local onde o fazer é que seria complicado (risos). Neste momento, o que temos a registar é a disponibilidade da autarquia em ceder esse local, que nos parece ser adequado», acrescentou o reitor da UAlg.

O terreno que a Câmara disponibilizou chegou a estar destinado à construção d0 Complexo Desportivo de Portimão, projeto que nunca viu a luz do dia.

Nos terrenos que serão cedidos à UAlg, apenas podem ser instalados equipamentos públicos, segundo o que foi aprovado pela CCDR.

 

Terreno do futuro Campus de Portimão da UAlg – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

No dia em que anunciou a cedência do terreno, Isilda Gomes considerou que o futuro campus «dará um elã completamente novo, não só a Portimão, como a toda a região do Barlavento, pois estará especialmente vocacionado para as novas tecnologias e a inovação».

E os planos da reitoria da UAlg parecem ir nesse sentido.

«As atuais instalações que temos em Portimão, cedidas pela Câmara, são antigas e têm um conjunto de limitações que não nos permitem expandir a nossa atividade no Barlavento Algarvio, que é algo que temos intenção de fazer».

O reitor da UAlg fala mesmo em «reorientar» o Campus de Portimão, «no sentido de introduzir uma oferta formativa diferente da que temos agora».

«Desde o início, o que oferecemos em Portimão são cursos da Escola Superior de Hotelaria, Gestão e Turismo, que funcionam em Faro e Portimão com muito pouca diferenciação. O que se equaciona – embora isso esteja sempre dependente de uma decisão do Conselho Geral – é a criação de uma unidade orgânica em Portimão, com um diretor, um Conselho Científico e órgãos próprios, que é algo que atualmente não existe», revelou Paulo Águas.

 

Atual Campus de Portimão, no edifício do antigo matadouro, junto à estação

 

Isto significa que, caso se confirme a aprovação em Conselho Geral, «haverá uma nova escola politécnica, para que ali possamos desenvolver uma oferta de Cursos Técnicos Superiores de Especialização Profissional (CTESP). Mas não será uma escola exclusiva de CTESP, como é natural».

«É cedo para dizer qual será, exatamente, a oferta formativa que iremos oferecer no futuro campus. Estamos a falar de CTESP, que terão licenciaturas associadas. Claro que poderá haver casos de alunos que fazem o CTESP em Faro e que poderão prosseguir licenciatura em Portimão e vice-versa. Há essa modalidade», descreveu.

«Neste momento, é prematuro dizer se será a licenciatura A, B ou C. Agora, o que nós queremos é ter uma oferta que contribua para diversificação para a economia da região, pelo que a nova oferta não será na área do turismo», acrescentou o reitor da UAlg.

Isto não significa, ainda assim, «que o curso de Turismo termine. Este curso tem tido sucesso, tem tido alunos. Se nós queremos aumentar o número de alunos, isso não passa por eliminar o que temos, mas por colocar novas camadas».

Para já, a UAlg «vai manter a sua presença  e a mesma oferta formativa em Portimão», mas o responsável máximo pela universidade algarvia admite «iniciar nova oferta formativa em Portimão, nas áreas dos CTESP e tecnológica», ainda antes do novo campus ser uma realidade.

«Neste momento, temos em Portimão cerca de 450 estudantes e admitimos que, existindo a nova infraestrutura, haverá, rapidamente, um aumento significativo do número de alunos. É prematuro estarmos aqui a fazer previsões, mas estou convencido que, a partir do momento em que haja um novo campus, em dois ou três anos nós poderemos atingir os mil alunos, que é a dimensão média de uma escola na UAlg», concluiu Paulo Águas.

 

 



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