A “Tortuga” voltou ao mar pelas mãos do almirante Gouveia e Melo

Devolução aconteceu a cerca de 10 milhas, ao largo de Faro

Há pouco mais de dois meses chegou ao Centro de Reabilitação do Zoomarine uma tartaruga parasitada e anémica, encontrada por um armador nas redes de pesca. Deram-lhe o nome “Tortuga”, com inspiração na ilha homónima do Haiti. A reabilitação foi rápida e esta quinta-feira, dia 19 de Maio, o animal, já saudável, foi devolvido ao mar pelas mãos do almirante Gouveia e Melo. 

Pouco passava das 11h00 quando a Tortuga, uma tartaruga comum (Caretta caretta), regressou ao seu habitat natural.

Numa lancha rápida, a cerca de 10 milhas de Faro, foi Gouveia e Melo, chefe do Estado-Maior da Armada, quem pegou no animal e o devolveu ao mar, mas, para trás, há toda uma história para contar.

A 2 de Março, um pescador, ao largo de Albufeira, encontrou uma tartaruga presa – e parcialmente submersa – numa rede de pesca.

 

 

Sabendo do perigo de vida que o animal enfrentava, o armador levou a tartaruga para terra, onde acabou por ser recolhida pelos técnicos do Zoomarine.

Quando chegou ao Porto d’Abrigo, o nome do centro de reabilitação de animais deste parque temático, o animal estava «fortemente parasitado, anémico e com consideráveis alterações electrolíticas». 

Tinha apenas 3,7 quilos de peso e 28,1 centímetro de comprimento.

Ao longo de dois meses, foram feitos tratamentos que culminaram com a reabilitação da Tortuga e em mais uma história com final feliz.

Conhecido do grande público devido ao papel de líder da task-force da vacinação contra a Covid-19, poucos saberão que esta não foi a primeira vez que Gouveia e Melo devolveu uma tartaruga ao mar.

 

 

«É a minha segunda vez! Quando era comandante das operações navais da Marinha, fui convidado para vir também ao Algarve e é sempre um prazer fazer este gesto simbólico, cheio de significado», disse aos jornalistas, momentos depois.

Já a bordo do NRP Hidra, para o qual subiu acompanhado de Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, o almirante aproveitou para realçar o trabalho do Zoomarine.

«Muitas vezes olham para nós, militares, com umas fardas mais sexy, mas estes senhores estão a trabalhar para garantir a sustentabilidade do oceano», considerou.

É que, lembrou o chefe de Estado-Maior da Armada, «o mar é o futuro da sustentabilidade do planeta e o regulador do clima».

«O ambiente é uma coisa concreta e a preservação do oceano é a preservação da vida humana», acrescentou.

O fundador do Zoomarine também acompanhou a libertação desta tartaruga-comum.

 

 

Em declarações aos jornalistas, Pedro Lavia realçou o «apoio da Marinha», bem como o trabalho, feito por este parque temático, há anos.

«Esta é, no fundo, uma mensagem do que fazemos na recuperação dos animais, desse esforço que já permitiu devolver ao mar muitos animais. Faz parte do nosso papel também», disse.

A ação desta quinta-feira fez parte do programa de comemorações do Dia Marinha que, este ano, se assinala em Faro.

Para Gouveia e Melo, as celebrações têm «um grande significado» porque acontecem já após o pior período da pandemia.

«O mundo foi perturbado, tivemos de estar confinados, mudar as nossas vidas, mas poder voltar  a fazer esta iniciativa, junto da população, é algo único», concluiu.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

 

 



Comentários

pub