Algarve e Alentejo são terceira e quarta regiões com maior incidência de tuberculose

Relatório foi divulgado pela Direção-Geral de Saúde

O Algarve foi, em 2020, a terceira região do país com maior incidência de tuberculose, segundo um relatório divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS). O Alentejo aparece logo a seguir, na quarta posição.

Durante esse ano, o Algarve teve 63 casos de tuberculose, o que equivale a uma incidência de 15,2 por 100 mil habitantes.

A região com mais infetados foi Lisboa e Vale do Tejo (663), que registou uma incidência de 18 casos por 100 mil habitantes.

Já o Porto teve 541 infetados com tuberculose, ao longo de 2020, o que corresponde a incidência de 15,2.

 

 

O Centro, apesar de ter 127 casos, mais do que o Algarve, tem uma incidência menor (7,7), o que se deve ao facto de ter mais população.

Quanto ao Alentejo, registou 40 infetados com tuberculose, em 2020, o que dá uma incidência de 8,6 casos por 100 mil habitantes.

Voltando ao Algarve, e analisando por concelhos, Olhão é aquele que, de 2016 a 2020 apresenta a taxa de incidência mais alta (25,6) com um total de 59 casos.

Faro até teve mais infetados (69), mas uma taxa de incidência menor (22,6).

Segue-se Loulé, com 63 casos, e uma incidência de 18,3 infeções por cada 100 mil habitantes.

 

 

Já no Alentejo, o concelho com mais casos (45) e maior incidência (36,6) foi Odemira. No top 3, está ainda Aljustrel (14 infetados e incidência de 33,8).

A nível nacional, em 2020, foram notificados 1465 casos de tuberculose em Portugal, correspondendo a uma taxa de notificação de 14,2 casos por 100 mil habitantes.

 

 

«O número de novos casos de Tuberculose (TB) tem vindo a diminuir em Portugal, tendo sido alcançado, em 2015, o limite definido como de baixa incidência (20 casos por 100 mil habitantes por ano). Apesar disso, Portugal continua a ser o país da Europa Ocidental com taxas de incidência mais elevadas de Tuberculose», explica a DGS.

Os homens continuam a ser mais afetados do que as mulheres (64,8% do total de casos notificados em 2020), especialmente na idade adulta.

Em 2020, 2,8% do total de casos ocorreram em crianças com 15 ou menos anos, sendo a taxa de incidência de 4,78 casos por 100 mil no grupo etário de crianças dos 0 aos 5 anos, enquanto que em 2019 foi de 8,66 casos por 100 mil.

A população imigrante mantém-se como uma população de risco, com uma taxa de notificação 4,3 vezes superior à média nacional (60,6 por 100 mil em 2020) e um aumento progressivo da proporção de casos, atingindo os 27,4 % em 2020 (24,7% em 2019).

 

 

«A localização mais frequente da doença continua a ser pulmonar (69,7% em 2020). A proporção de casos com confirmação por cultura ou por exame direto e teste de amplificação de ácidos nucleicos foi de 53,1%», explica a DGS.

Em 570 casos (73,4% do total de casos confirmados), foi realizado o teste de suscetibilidade aos antibacilares, tendo sido detetada multirresistência em oito casos. A realização de testes moleculares de deteção rápida de resistências permitiu o diagnóstico de Tuberculose multirresistente em 5 dos 13 casos.

Em 2020, 77,1% dos casos notificados foram testados para VIH (85,6% em 2019) e 9% apresentavam coinfeção tuberculose/VIH. O sucesso terapêutico ocorreu em 82,2% e a letalidade em 8,2% dos casos.

 

 



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