Dar o nome de Gago Coutinho ao Aeroporto de Faro é «um dever»

Da parte do Governo, os sinais parecem ser positivos

Martins Guerreiro – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

A ideia pode não ser completamente nova, mas espera-se que ganhe «um novo impulso» com o centenário da Travessia Aérea do Atlântico Sul, que se assinala este ano. Dar o nome Gago Coutinho ao Aeroporto de Faro é «um dever» e o grande objetivo de um grupo de cidadãos que inclui algarvios como Martins Guerreiro, capitão de Abril, Carlos Brito, Afonso Dias e Luís Filipe Madeira, todos deputados à Assembleia Constituinte. 

Com raízes em São Brás de Alportel, de onde era natural o seu pai, Gago Coutinho foi, com Sacadura Cabral, um dos heróis dessa Travessia Aérea que começou em Lisboa e terminou no Rio de Janeiro.

O feito – heróico àquele tempo – faz agora 100 anos, uma data que São Brás não deixará passar em claro, com um programa de comemorações que foi apresentado esta quinta-feira, 17 de Fevereiro, e inclui exposições, palestras, visitas e a apresentação de uma Rota Gago Coutinho.

Foi nesse momento que uma ideia já com alguns anos voltou a ser falada: atribuir o nome de Gago Coutinho ao atual Aeroporto Internacional de Faro.

 

Almirante Martins Guerreiro – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

 

O almirante Martins Guerreiro, natural de São Brás e capitão de Abril, encabeça um grupo de cidadãos que promete bater-se por este sonho.

Aos jornalistas, com a réplica do hidroavião “Santa Cruz”, inaugurada em São Brás de Alportel em 2017, explicou que a ideia de dar o nome do navegador ao Aeroporto «está em bom andamento, a vários níveis», apesar de «ter de ganhar mais impulso».

«Na área do envolvimento dos cidadãos, tem crescido muito e há entusiasmo, mas há o nível seguinte: as entidades da região, como as Câmaras Municipais ou a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve», acrescentou.

No que toca às autarquias, São Brás de Alportel é uma natural apoiante e Faro também parece não recusar.

«Tivemos ontem uma reunião com a Câmara de Faro e julgo que, pelo menos, não houve qualquer ideia negativa», relatou Martins Guerreiro.

De resto, há três anos, foi apresentada uma proposta à AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve que acabou por não ser votada.

«Na altura, mudou o presidente, houve o início da pandemia, mas acho que agora haverá um novo impulso. A decisão não é das Câmaras, mas é importante que estejam connosco», explicou o almirante são-brasense.

A palavra será sempre do Governo, com quem haverá contactos» brevemente.

«Os sinais que temos é que não haverá dificuldade. Há abertura e sensibilidade», garantiu Martins Guerreiro.

 

Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

 

A Presidência da República ainda não foi contactada, mas o almirante também tem a opinião de que Marcelo Rebelo de Sousa «estará connosco».

Para este grupo de cidadãos, a atribuição do nome de Gago Coutinho ao Aeroporto de Faro é fundamental também para «criar uma dimensão cultural que venha ao de cima em termos turísticos».

«Cada vez mais, as pessoas não querem só ir ao restaurante e apanhar sol, querem saber a história da região, conhecer algo da cultura e ter isso num Aeroporto é uma oportunidade única», defendeu Martins Guerreiro.

A ideia é, inclusive, que se crie, no Aeroporto, um «espaço para as pessoas verem e conhecerem a história» do navegador com raízes algarvias.

«O nome Gago Coutinho, como projeção internacional, só beneficia o Algarve e também é importante que ensinemos, a quem nos visita, alguma coisa da nossa história porque efetivamente houve aqui gente com dimensão internacional que contribuiu para o progresso do mundo», concluiu o almirante.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

 

 



 

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