CDU diz que resultado das Legislativas é «elemento negativo na vida do Algarve»

Comunistas obtiveram 4,81% (9.379 votos) no Algarve

«Um elemento negativo na vida do Algarve e do país». É assim que a CDU reage aos resultados das Legislativas deste domingo, 30 de Janeiro, em que não conseguiu eleger nenhum deputado pelo círculo eleitoral de Faro. 

A CDU obteve 4,81% (9.379 votos) no Algarve, o que «traduz uma quebra eleitoral». Em 2019, as últimas Legislativas, esta coligação de esquerda teve 7,05% (12.180 votos).

Este resultado fica «aquém do trabalho» que a CDU «realizou e do determinante contributo que deu para os avanços e conquistas conseguidos nos últimos seis anos, do valor das soluções que apresentou para os problemas do Algarve e do País e da ampla campanha de esclarecimento e mobilização para o voto que realizou».

Segundo os comunistas, a «maioria absoluta alcançada pelo PS (com cinco deputados na região), alcançada no seguimento da chantagem que precipitou a realização de eleições, beneficiou do cenário de bipolarização e de dramatização do perigo da direita, construído ao longo das últimas semanas».

Já o resultado do PSD (com dois deputados na região), «aquém dos objetivos e expetativas adiantadas, bem como a não eleição de qualquer deputado pelo CDS (no plano nacional), são indissociáveis da memória da ação do Governo PSD/CDS».

«Os seus sucedâneos, IL e Chega (que elegeu um deputado na região), têm um aumento da expressão eleitoral, influenciado pela promoção feita ao longo dos últimos anos alimentando as suas conceções reacionárias», diz a CDU.

Já o «BE perde uma parte importante da sua expressão eleitoral (incluindo o deputado no Algarve), mesmo num contexto de grande visibilidade mediática que não deixou de se verificar», acusam os comunistas.

O secretariado da Direção da Organização Regional (DORAL) do PCP considera que, «independentemente de insuficiências que precisam de ser superadas, os resultados das eleições legislativas são inseparáveis de um conjunto de fatores».

A saber: «a operação levada a cabo a partir da dissolução da Assembleia da República para favorecer a construção de um bloco central, a insistente mentira de responsabilização do PCP pela realização de eleições, a propósito da não aprovação da Proposta do Orçamento do Estado para 2022, a abusiva apropriação pelo PS dos avanços alcançados nos últimos seis anos, a promoção e favorecimento de outras forças políticas, nomeadamente de forças reacionárias, convergindo com a desvalorização e discriminação da CDU, a realização das eleições em situação de epidemia que afetou relacionamentos sociais e prejudicou um trabalho de proximidade e contacto tão característico da CDU».

Ainda assim, a DORAL «saúda a notável intervenção dos candidatos, ativistas e de muitas pessoas sem filiação partidária que, com uma extraordinária dedicação, assumiram o trabalho de mobilização e esclarecimento para o voto na CDU».

O PCP também saúda «todos os eleitores que depositaram na CDU a sua confiança e, particularmente, os que o fizeram pela primeira vez, assegurando que esse apoio e esse voto se prolongam para lá do dia das eleições na defesa dos seus direitos».

«Os trabalhadores e o povo podem contar com o PCP e a sua intervenção decisiva na defesa e afirmação dos seus direitos num quadro de uma maioria absoluta do PS e para o combate aos projetos reacionários e antidemocráticos», conclui.

 



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