Credos há muitos, mas o que tem estreia marcada para esta sexta-feira, dia 21 de Janeiro, às 21h00, no Cineteatro Louletano, é especial. Em palco, estarão três mulheres, «fundidas num só corpo», apesar das personalidades diferentes. O espetáculo só terá dança, mas promete deixar um «texto interior» para refletir.
“Credo” – o nome desta peça – é um marco para a ArQuente que tem estado, nos últimos dias, em múltiplos ensaios no Cineteatro de Loulé.
É que esta será a primeira vez que a associação tem um espetáculo só de dança.
Ao Sul Informação, numa das pausas desses ensaios, a atriz Fúlvia Almeida resume o que se pode esperar deste “Credo”: «o nosso corpo vai falar por nós».
Em palco, além de Fúlvia, também estarão a atriz Teresa Silva e Carolina Cantinho, bailarina profissional com larga experiência na área.
«Todo este desafio tem sido muito giro, principalmente para mim e para a Teresa, que não tínhamos passado na dança enquanto profissão. Passámos da exigência de decorar texto, para decorar movimento», brinca Fúlvia Almeida.
As crenças são o ponto de partida deste espetáculo para o qual foram feitas duas residências artísticas, em Outubro e Novembro, no Palácio Gama Lobo, em Loulé.
A peça, que será acompanhada pela banda sonora do filme de terror Suspiria, de 2018 (da autoria de Thom Yorke, da banda Radiohead), «tem muito a ver com as nossas crenças, aquilo em que acreditamos, e como é que isso vai vincando a nossa personalidade também. Nós ali, em palco, somos três personagens que podiam ser só uma», diz Fúlvia Almeida.

Luís Marrafa é o coreógrafo. O cofundador da companhia de dança MARRAFA company e do estúdio de dança StairCase.studio, em Bruxelas, viajou da Bélgica, a convite da ArQuente, e diz que criar este “Credo” tem «sido um desafio fantástico».
«Normalmente, eu, como bailarino profissional, muito raramente trabalho com pessoas que não dominam a dança, mas com Fúlvia e a Teresa correu muito bem», conta.
«Abordar um tema tão sensível como as crenças é sempre difícil, mas conseguimos agarrar alguns estímulos e elas deram sempre o máximo. O ponto de partida foi a crença e eu liguei logo à religião. Depois, surgiu-me o transcendente, Deus, o Diabo, os anjos e associei tudo», explica.
Para a atriz Fúlvia Almeida, as expetativas para esta estreia «são altas».
«Nós gostávamos, quem sabe, de levar esta peça a outros países, porque tem todos os ingredientes para isso, como o facto de termos um elenco mais pequeno», adianta.
De resto, 2022 é um ano que se perspetiva «cheio de projetos novos» para a ArQuente.
«Vem aí muita coisa e estamos a tentar pensar de forma diferente, em projetos ao longo prazo. Espero que seja um bom ano e que a pandemia nos deixe trabalhar», conclui.
Por enquanto, quem quiser ver este “Credo”, que tem apoio das Câmaras de Loulé e Faro e do Ministério da Cultura, pode comprar bilhetes aqui. O preço são 8 euros.
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