A. M. Pires Cabral vence o Prémio Nacional Literário João de Deus | Poesia 2021 da Câmara de Silves

Escritor português vai receber 10 mil euros

O escritor A. M. Pires Cabral venceu o Prémio Nacional Literário João de Deus | Poesia 2021, com a sua obra “Frentes de Fogo”  (Tinta da China Edições), anunciou esta sexta-feira, dia 7 de Janeiro, a Câmara de Silves, que organiza este concurso.

O júri, constituído por José António Gomes, Catherine Dumas e Violante Magalhães, decidiu, por maioria, contemplar a obra poética do escritor transmontano, frisando que «traz uma voz consolidada, com registo poético próprio, crítica, simultaneamente auto irónica. Nestes poemas, ecoam de forma melancólica, mas não menos esperançosa, a sabedoria que vem “Da inútil idade” e a corajosa resistência ao “espírito do tempo” e ao pensamento dominante. Com exímio rigor na composição e na harmonia entre som e sentido, cruzam-se memória e escrita, vida e morte, o local e o universal».

O autor português vai receber um prémio no valor de 10 mil euros, que lhe será entregue numa cerimónia marcada para 8 de Março, no âmbito das comemorações do 192º aniversário do nascimento de João de Deus, em São Bartolomeu de Messines.

O Prémio Nacional Literário João de Deus | Poesia da Câmara de Silves, que teve em 2021 a sua primeira edição, vai premiar bienalmente uma obra publicada de um autor português, com o objetivo de  «homenagear a memória do insigne Poeta João de Deus, exímio representante da cultura nacional, bem como a promoção e incentivo de produções literárias na língua portuguesa».

O município, através de Rosa Palma, a presidente da Câmara, «congratula-se com a atribuição do prémio a uma produção de alto nível poético e literário, que cruza elementos mundanos com a sabedoria da vida, revelando um escritor de carreira reconhecida, de grande maturidade e com experiência multifacetada em diversos géneros literários, salientando ainda o elevado número de obras propostas a concurso e a inegável qualidade poética de muitas dessas criações».

A. M. Pires Cabral nasceu em Chacim, Macedo de Cavaleiros, em 1941. Licenciou-se em Filologia Germânica. Foi professor e animador cultural, responsável pela participação de Vila Real no Projeto 5.2 do Conselho da Europa («Políticas Culturais nas Cidades») e coorganizador das Jornadas Camilianas de Vila Real.

É conhecido sobretudo como ficcionista e poeta. Na área da ficção, publicou até ao momento oito livros de contos e seis romances, tendo ganho o Prémio Círculo de Leitores (com Sancirilo), o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco (com O Porco de Erimanto) e o Grande Prémio de Literatura DST (com O Cónego).

Na área da poesia, estreou-se em 1974 com Algures a Nordeste e publicou até hoje 19 títulos. Foram-lhe atribuídos os prémios D. Dinis (com Que Comboio é Este e Douro: Pizzicato e Chula), Luís Miguel Nava (com As Têmporas da Cinza) e PEN Clube (com Arado).

Tem textos traduzidos para alemão, castelhano, catalão, eslovaco, francês, húngaro, inglês e italiano.

 



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