O PSD/Loulé votou, na Assembleia Municipal da passada segunda-feira, 20 de Dezembro, contra o Orçamento apresentada pela Câmara e uma das razões prende-se com «a desproporção da evolução demonstrada na despesa com os custos de pessoal».
Em nota de imprensa, a autarquia diz que este aumento, de 66% comparando com 2013, é «imprudente».
O PSD/Loulé considera «que o aumento da despesa que se tem verificado nos últimos anos teve como principal objetivo a melhoria das remunerações dos funcionários da Câmara Municipal de Loulé» e «representa um recrutamento desenfreado de novos colaboradores e chefias, aumentando a estrutura de custo fixos de forma dramática, comprometendo a viabilidade financeira futura da Câmara e consequentemente a capacidade de responder às necessidades da população».
Para os sociais democratas, este processo de recrutamento «não está ancorado em nenhum pensamento estratégico ou de melhoria do funcionamento dos serviços municipais, pois, como é do conhecimento público, este aumento do quadro de pessoal não se traduziu numa maior eficiência e eficácia dos serviços».
Em 2013, segundo dados do PSD/Loulé, «a autarquia tinha 1508 funcionários, sendo que hoje o quadro de pessoal apresenta 2000, com a flexibilidade legal de poder recrutar mais 311, num total de 2311 colaboradores».
Este é um «quadro de pessoal claramente exagerado, sobretudo se olharmos na perspetiva do número de colaboradores por 1000 habitantes: o Município de Loulé tem um rácio de 28 colaboradores por 1000/habitantes, enquanto Lisboa, capital do país, por exemplo, tem um rácio de 19 colaboradores».
«É importante não esquecer que o assumir destas despesas acontece porque as receitas oriundas dos impostos cobrados têm subido de forma vertiginosa, como acontece com a coleta de IMI e de IMT, fruto das dinâmicas do mercado imobiliário, dinâmicas essas que têm uma grande elasticidade, e possibilidade de forte contração, como aconteceu no passado», concluem.
O Orçamento Municipal de Loulé, no valor de 132,6 milhões de euros, foi aprovado quer na Câmara, quer na Assembleia Municipal. Segundo a autarquia, este é um documento focado «nas pessoas, famílias e qualidade de vida».
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