Dois grupos corais, um deles profissional, o trombone, o regresso dos alunos da Escola de Órgão da Sé e, «se tudo correr bem», um conto escrito por um nome maior da literatura algarvia, a ler antes de um concerto na terra natal da autora, serão os pontos altos de mais um Festival de Órgão do Algarve, que vai decorrer entre 5 e 28 de Novembro, em igrejas de Faro, Portimão, Boliqueime e Tavira.
A 14ª edição do evento será bem mais próxima do que é “normal”, depois de uma 13ª edição marcada pela pandemia, com um formato reduzido, nomeadamente no que aos concertos fora de Faro disse respeito.
Agora, o festival volta com novidades, que foram destacadas por Patrícia Neto Martins, da associação Música XXI, na apresentação do evento, onde o Sul Informação marcou presença.
«Uma das novidades este ano, em relação ao último, em que a programação foi bastante mais curta, é o regresso da música coral, que é bastante interessante e de qualidade. Teremos esta oferta não só em Portimão, onde costumamos abrir o festival, com o Coral Adágio, como também em Faro, a fechar, com um grupo profissional, o Officium Ensemble, mercê da parceria que esse grupo fez, no seguimento de uma candidatura à Direção Geral das Artes. Vão realizar uma itinerância aqui e partilhamos custos», revelou.
«Também teremos algo que não tivemos no ano passado, que foi a música de câmara. Vamos ter um instrumento que nunca tivemos antes, já que o nosso apanágio foi sempre trazer um instrumento novo, que se misturasse e se fundisse com o órgão. Desta feita, vamos trazer o trombone, a Tavira», acrescentou Patrícia Neto Martins.
O que também está de regresso é o concerto dos alunos da Escola de Órgão da Sé, que não se realizou em 2020 «porque implicava muita movimentação de pessoas e circulação junto do órgão».
«Este ano convidámos os professores e os seus alunos a participar e vamos ter um espetáculo no domingo, dia 28, na Sé, já depois do encerramento oficial, com os Officium Ensemble, que acontece, também na Sé de Faro, no dia 27», disse.
Na calha, está um momento em que a literatura e o órgão se unirão. «Se tudo correr bem, temos uma ideia lançada pela Ana Oliveira [presidente da Música XXI], para juntar em Boliqueime o órgão a um pequeno conto muito especial, com uma escritora da terra que todos conhecemos muito bem».
Os organizadores do festival convidaram Lídia Jorge a escrever uma história relacionada com o instrumento musical que dá nome ao evento, bem como «a ler o conto ou, pelo menos, a autorizar que este seja lido antes do concerto».
Quanto à programação, contará com as atuações de cinco organistas, neste caso António Esteireiro, Célia Sousa Tavares, André Bandeira, André Ferreira e Sérgio Silva, e um trombonista, André Conde, além dos já referidos grupos corais.
«São nove concertos ao longo do mês de Novembro, distribuídos por seis belíssimos órgãos históricos do Algarve, cujos milhares de tubos anseiam libertar-se do pó acumulado», resume a Música XXI.
A abrir o festival, a 5 de Novembro, na Igreja Matriz de Portimão, estará António Esteireiro, «que é, com João Vaz, o professor que dinamiza a escola de órgão da Escola Superior de Música de Lisboa», acompanhado pelo Coral Adágio, um grupo da terra.
O mesmo organista estará no dia seguinte na igreja da Sé, em Faro, para novo concerto. Ambos os espetáculos, como todos os outros do festival, começam às 21h00.
António Esteireiro é convidado regular dos principais ciclos de concertos e festivais de órgão nacionais e apresentou-se a solo em vários festivais europeus, no México e no Brasil. Leciona no Instituto Gregoriano e na Escola Superior de Música de Lisboa as disciplinas de Órgão e Improvisação.
No fim de semana seguinte, a festa continua com Célia Sousa Tavares, que atua, no dia 12, na Igreja Paroquial de Boliqueime e, no dia 13, na Igreja do Carmo, em Faro.
Célia Sousa Tavares realizou os seus estudos em Órgão, Interpretação Histórica e Ensino da Música em Lisboa, Bremen e nos Estados Unidos da América. Tem-se apresentado em concerto no país e no estrangeiro. É organista titular na Igreja S. Sebastião da Pedreira e professora de órgão no Colégio S. João de Brito.
André Bandeira, «um jovem que tem por hábito fazer programação do Norte, uma vez que é da zona da Cedofeita» e que já passou no festival algarvio há alguns anos, é outros dos convidados.
Este organista, que tocará na Igreja de Santiago, em Tavira, e na Igreja do Carmo, em Faro, a 19 e 20 de Novembro, respetivamente, tem realizado concertos por todo o país e também no estrangeiro. É professor de Órgão, Acompanhamento e Improvisação no Seminário Conciliar de Braga e no Conservatório de Música do Porto. É organista titular na Igreja de Cedofeita.
No sábado seguinte, dia 26, os homónimos André Ferreira (órgão) e André Conde (trombone) vão atuar na Igreja da Misericórdia, em Tavira.
André Ferreira estudou em Lisboa, Haia e Amesterdão. Já efetuou recitais em Portugal, Espanha, Itália, Holanda, Inglaterra e Nova Zelândia. É professor de Órgão na Escola Diocesana de Música Sacra do Patriarcado de Lisboa, no Conservatório de Mafra e na Sé Catedral de Faro.
A encerrar o festival, na noite de dia 27, na Igreja da Sé, em Faro, estarão o organista Sérgio Silva e o Officium Ensemble.
Como concertista, Sérgio Silva tem atuado em Portugal, Espanha, Itália, Inglaterra, França, Alemanha e Macau. Atualmente, leciona órgão no Instituto Gregoriano de Lisboa e na Escola de Música Sacra de Lisboa, e é organista titular da Basílica da Estrela e da Igreja de São Nicolau.
O Festival de Órgão do Algarve 2021 conta com os apoios da Direção Regional de Cultura do Algarve e dos Municípios de Faro, Loulé, Portimão e Tavira, com o apoio à divulgação da Região de Turismo do Algarve e com os parceiros de comunicação Antena 2, Sul Informação e Rua FM. Conta ainda com o parceiro de alojamento Hotel Faro e com a parceria da Diocese do Algarve, do Cabido da Sé de Faro, da Ordem do Carmo de Faro e das Paróquias de Portimão, Boliqueime e Tavira.
Programa Festival de Órgão do Algarve 2021
5 de Novembro – 21h00 – Igreja Matriz de Portimão – António Esteireiro e Coral Adágio
6 de Novembro – 21h00 – Igreja da Sé (Faro) – António Esteireiro
12 de Novembro – 21h00 – Igreja Paroquial de Boliqueime – Célia Sousa Tavares
13 de Novembro – 21h00 – Igreja do Carmo (Faro) – Célia Sousa Tavares
19 de Novembro – 21h00 – Igreja de Santiago (Tavira) – André Bandeira
20 de Novembro – 21h00 – Igreja do Carmo (Faro) – André Bandeira
26 de Novembro – 21h00 – Igreja da Misericórdia (Tavira) – André Ferreira (órgão) e André Conde (trombone)
27 de Novembro – 21h00 – Igreja da Sé (Faro) – “Novas Flores de Música” com Sérgio Silva (órgão)
28 de Novembro – 15h00 – Igreja da Sé (Faro) – Concerto de alunos da Escola de Órgão
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