A primeira efeméride relevante deste mês é a passagem da Lua junto a Pólux, uma das duas cabeças da constelação de Gémeos. Esta estrela gigante alaranjada (sendo, portanto, mais evoluída que o Sol) tem um exoplaneta com 2,3 vezes a massa de Júpiter.
Este evento coincide com o 45º aniversário da amartagem (aterragem em Marte) da sonda Viking 2. No entanto, será difícil comemorar esta efeméride observando Marte por este se encontrar numa direção demasiado próxima da do Sol.
Ao início da noite de dia 5, iremos assistir ao ocaso de Vénus junto à estrela Spica (ou Espiga) da constelação de Virgem. Esta é uma das 20 estrelas com maior brilho aparente do nosso céu. A estrela Espiga é um sistema binário, cujas componentes estão tão próximas que a sua atração gravitacional faz com que não tenham uma forma esférica, mas sim alongada como um ovo.
Na madrugada de dia 7, terá lugar a Lua Nova. Como esta fase lunar, ocorre quando a Lua está na direção do Sol, é-nos impossível observá-la. Dois dias depois, já não haverá este problema. Nesta altura, o nosso satélite natural será visto entre os planetas Vénus e Mercúrio.
O quarto crescente dar-se-á ao início da noite de 13 de Setembro, e, no dia seguinte, Mercúrio atinge a sua maior elongação (afastamento) para leste relativamente ao Sol, sendo a melhor ocasião para a sua observação.
Neste mesmo dia 14, o planeta Neptuno estará em oposição: a posição diametralmente oposta à do Sol, sendo a altura do ano em que Neptuno estará mais próximo de nós.
Apesar da sua maior aproximação, a observação deste planeta continuará a requerer a utilização de um telescópio (ou uns binóculos com uma grande abertura).
Entre as madrugadas de dia 17 e 18, iremos notar como a Lua passa da vizinhança do planeta Saturno até junto de Júpiter.
A Lua Cheia irá ocorrer ao início da madrugada de dia 21. Igualmente por estes dias, será a vez de encontrarmos o planeta Mercúrio ao lado da estrela Espiga.
Tal como sucede ao final de cada Inverno e Verão, às 20h21 de dia 22, o equador terrestre e o Sol irão estar alinhados. Em Portugal, dizemos que este equinócio é de Outono, pois, a partir deste instante, o Sol passa a ser visto abaixo do equador celeste, marcando assim o início desta estação.
A finalizar o mês, temos o quarto minguante de dia 29, o qual antecede uma nova passagem da Lua pela estrela Pólux no último dia do mês.
Boas observações!
Autor: Fernando J.G. Pinheiro é investigador do Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e do CITEUC – Centro de Investigação da Terra e do Espaço da Universidade de Coimbra.
Os seus domínios de especialização incluem a Astrofísica, Geomagnetismo e Meteorologia Espacial.
Além do seu trabalho de investigador, já exerceu funções nos órgãos sociais da Sociedade Portuguesa, e coordenou o grupo Solar System Science do CITEUC.
Fernando Pinheiro é também colaborador regular em atividades de divulgação científica.
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