Cineteatro Louletano arranca nova temporada com “Catarina e a beleza de matar fascistas”

Programação contará com o FOME – Festival de Objetos e Marionetas & Outros Comeres ou um concerto do pianista Júlio Resende

Peça de teatro “Catarina e a beleza de matar fascistas”, de Tiago Rodrigues

O Cineteatro Louletano vai arrancar a nova temporada em Setembro com a peça de teatro “Catarina e a beleza de matar fascistas”, no dia 11, uma obra de Tiago Rodrigues, contando também com mais uma edição do FOME – Festival de Objetos e Marionetas & Outros Comeres, um concerto do pianista Júlio Resende, entre outros espetáculos e iniciativas.

«Numa altura em que escalam na Europa alguns discursos populistas», o Cineteatro Louletano traz uma peça de teatro «que versa sobre a democracia, questionando se os fins, afinal, justificam os meios», diz a autarquia de Loulé numa nota enviada às redações.

“Catarina e a beleza de matar fascistas”, de Tiago Rodrigues vai estrear a sul no dia 11 de Setembro, vinda do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, com a participação de Sara Barros Leitão, atriz que ganhou o Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II em 2020.

«A estória passa-se em Baleizão, no Alentejo, no seio de uma família que tem uma tradição antiga: matar fascistas. Catarina tem a seus pés a primeira “presa”, mas é incapaz de matar, recusa-se a fazê-lo. Estala o conflito familiar, acompanhado de várias questões. O que é um fascista? Há lugar para a violência na luta por um mundo melhor? Podemos violar as regras da democracia para melhor a defender?», acrescenta a nota.

Entre 11 e 25 de Setembro, em Loulé e em Alte, terá lugar mais uma edição do FOME – Festival de Objetos e Marionetas & Outros Comeres, uma parceria Algarve Central dos municípios de Faro, Loulé, Albufeira, Olhão, S. Brás de Alportel e Tavira, com a direção artística da ACTA (Companhia de Teatro do Algarve) e o financiamento do CRESC 2020.

Já no dia 12, o pianista Júlio Resende traz a Loulé “Júlio Resende Fado Jazz Ensemble”, «um álbum que se carateriza, como o nome indica, por uma surpreendente e original combinação entre os dois estilos musicais».

«É um disco livre, em que a guitarra portuguesa e o piano se intersectam, e com o contrabaixo e a bateria tentam aproveitar ao máximo esse novo lugar que descobrem juntos. Passeiam-se. Se é Fado, se é Jazz, não sei, pode ser ambos, mas na realidade não sei, porque quem sabe normalmente não avança. Quem já sabe está parado nesse saber. Prefiro não saber, apenas ir, livre. Como o som», realça o pianista português.

 

Júlio Resende

 

A 18 de Setembro, sábado, chega a Loulé o espetáculo do grupo “Dançando com a Diferença” que, após uma semana intensa de trabalho local com pessoas com deficiência, «mostrará ao público o que significa incluir na dança, o trabalho com pessoas que muitas vezes se sentem à margem, estimulando nelas novas competências».

No domingo, 19, o Cineteatro Louletano vai receber “Vandalus”, um dos concertos Al Mutamid, no âmbito da XXI edição deste Festival, que ocorre em vários pontos do Algarve.

«“Vandalus” explora as semelhanças entre as raízes do flamenco e as músicas tradicionais do Mediterrâneo oriental e Magrebe. Recorde-se que a guitarra flamenca deriva do alaúde árabe e este parentesco torna-se evidente ao longo de todo o espetáculo», salienta a autarquia.

A 23, quinta-feira, a Companhia Maior apresenta “O Lugar do Canto está Vazio”, peça de dança de Sofia Dias e Vítor Roriz, sendo interpretada somente por atores séniores.

«O Lugar do Canto está Vazio é um jogo de alternâncias entre o abstrato e o figurativo, o reconhecível e o estranho, o individual e o coletivo, o biográfico e o ficcional. Uma composição de partituras sonoras, gestos que se ligam com palavras, breves narrativas interrompidas por movimentos e objetos que dão lugar a vozes».

Por fim, ainda na área da dança, a 30 de Setembro, a Companhia de Dança Paulo Ribeiro apresentará “Last”, com direção e coreografia de São Castro e António M Cabrita, e com música ao vivo do Quarteto de Cordas de Matosinhos.

«Uma peça que, mais do que uma inspiração, aspira à compreensão de Beethoven, num dos seus períodos de composição mais arrojados, já perto do fim da vida “Das ist Musik für eine spätere Zeit” (Isto é música para o futuro)».“Last” é, acima de tudo, «o desafio impossível de manter os sentidos inertes, perante uma obra que o próprio compositor nunca chegou a ouvir».

Apesar da pandemia, o Cineteatro Louletano «tem continuado a apostar numa programação de referência a nível nacional, granjeando o apoio do público e atraindo novos públicos para a fruição cultural», conclui a autarquia louletana.

 



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