Ethan Hayter caiu, mas segue de amarelo e aumenta distância para João Rodrigues na Volta ao Algarve

João Rodrigues é o segundo da geral, a 12 segundos do Camisola Amarela

Foto: Nelson Inácio | Sul Informação

Nem uma queda no contrarrelógio da Volta ao Algarve, disputado hoje em Lagoa, impedirá Ethan Hayter (Ineos Grenadiers) de rodar de amarelo na última etapa da edição de 2021 da prova, com a sempre esperada subida ao Malhão, que terá lugar amanhã.

O ciclista britânico foi apenas 9º na etapa deste sábado, a 1:02 do vencedor da tirada, Kasper Asgreen (Deceuninck-QuickStep), mas continua à frente na classificação geral e tem agora uma vantagem de 12 segundos para o algarvio João Rodrigues (W52-FC Porto), o segundo classificado – o português foi o 11º, a 1:14 -, quando os dois ciclistas começaram o dia com o mesmo tempo.

Entre os algarvios, o mais rápido na etapa foi Alejandro Marque, da Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel (44º), que também é o que está mais bem classificado na geral (17º). Carlos Oyarzún foi o melhor do Louletano/Loulé Concelho na etapa (79º). Na geral, Cesar Avellaneda (43º) é o melhor da equipa de Loulé.

Além da luta pela amarela, que está renhida, a tirada de hoje foi de recordes. É que, além do dinamarquês que venceu a etapa e estipulou novo melhor tempo no percurso, houve outros dois ciclistas que, antes, tinham feito o mesmo, um deles português.

Primeiro foi Benjamin Thomas (Groupama-FDJ) a mostrar porque era um dos favoritos à vitória. O francês cumpriu os 20,3 quilómetros em 24:01 minutos, batendo assim o recorde de Remco Evenepoel, estabelecido em 2020, no dia em que garantiu a conquista da Volta ao Algarve (24:07).

 

 

Se o tempo de Thomas colocava em sentido outros pretendentes ao triunfo, Rafael Reis demonstrou porque é um dos melhores contrarrelogistas portugueses. O ciclista da Efapel revelou estar em boa forma na sua especialidade e estabeleceu a marca de 23:55.

E Rafael Reis. o segundo na etapa, só não a venceu porque em prova está um Kasper Asgreen que bem tinha avisado que estava em Lagoa para ganhar.

O detentor dos títulos nacionais dinamarqueses, tanto de contrarrelógio, como de prova em linha, é um dos grandes destaques do World Tour em 2021, principalmente pela vitória no monumento da Volta a Flandres.

Mas, para Asgreen, o triunfo e a nova marca mais rápida em Lagoa também significou a reentrada na luta pela camisola amarela.

«Este é um contrarrelógio de força, de potência, mas no qual é muito difícil encontrar um bom ritmo, porque há muitas curvas, é muito técnico e realmente faz a diferença reconhecer o percurso. Tive a sorte de termos estado aqui em estágio por várias vezes nos últimos anos e apesar de correr pela primeira vez a Volta ao Algarve conhecia muito bem o percurso. Tive um bom feedback dos meus colegas que fizeram primeiramente a prova e optei, na segunda metade, por acelerar a fundo e, sinceramente, acho que foi aí que ganhei», referiu o vencedor do dia.

«Informaram-me que o Benjamim Thomas tinha o melhor tempo do percurso e quando bati o seu registo sabia que tinha agora o recorde deste contrarrelógio. Mais importante, no entanto, foi ter salvaguardado o longo historial de vitórias da equipa nesta especialidade e conseguir mais um triunfo aqui no Algarve», acrescentou.

Esta vitória permitiu a Kasper Asgreen saltar para o 3º posto da geral, a 21 segundos de Ethan Hayter.

 

 

O camisola amarela também esteve em destaque, este sábado. O ciclista da Ineos Grenadiers estava a realizar um bom contrarrelógio, até que sofreu uma queda que o deixou maltratado do lado esquerdo do corpo. Apesar do tempo perdido, pois ainda teve de mudar de bicicleta, Hayter mostrou o seu caráter, e deu tudo para minimizar possíveis perdas. No final, a primeira parte muito boa do seu contrarrelógio acabou por ter a sua influência.

Apesar de João Rodrigues (W52-FC Porto) também ter feito um bom esforço individual, terá recuperar segundos no Malhão, amanhã.

Outro ciclista a beneficiar de um bom contrarrelógio foi o francês da Arkéa Samsic, Thibault Guernalec, que ao ser quarto na etapa, ocupa agora a mesma posição na geral, a 22 segundos.

O Camisola Branca IPDJ, Sean Quinn, também saiu de Lagoa satisfeito. Não só manteve a liderança da juventude, como é agora nono na geral, a 1:37 minutos. Uma boa semana para o jovem americano em Portugal, que no domingo passado venceu a Clássica da Arrábida.

Sam Bennett (Deceuninck-QuickStep) está perto de conquistar a Camisola Verde Crédito Agrícola, dos pontos, depois das duas vitórias ao sprint em Portimão e Tavira. João Rodrigues veste a Camisola Azul Lusíadas, da montanha.

Com a geral em aberto, o pelotão irá este domingo enfrentar a subida do Malhão, que só será feita uma vez nesta 47ª edição da Volta ao Algarve.

Etapa curta (170,1 quilómetros), com início em Albufeira, e que terá muito sobe e desce. Só na fase final do dia, os ciclistas terão uma sucessão de subidas exigentes, antes da escalada do Malhão (2,6 quilómetros com inclinação média de 9,2%). As restantes subidas estão colocadas em Vermelhos (3,2 km a 5,9%, a 43,1 km da chegada), Ameixeiras (1 km a 14%, a 32,2 km da meta) e Alte (2,1 km a 5%, a 14 km do final).

 

Fotos: Nelson Inácio | Sul Informação

 

 

 



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