Um muro de pedra com dois metros de altura, uma estrada com três metros de largura e uma vedação. Tudo isto estava a ser construído, em pleno Parque Natural da Ria Formosa, na zona de Cabanas de Tavira, à revelia das autoridades. O Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), entretanto, já embargou a obra, para a qual não foi pedida qualquer autorização.
Joaquim Castelão Rodrigues, diretor regional do ICNF, adiantou ao Sul Informação que a obra foi embargada, no dia 17 de Março, depois de ter chegado uma denúncia a este instituto.
«Nessa altura, foram lá os nossos vigilantes da natureza e embargaram os trabalhos», adiantou.
As obras, que decorriam numa zona de Parque Natural da Ria Formosa, Reserva Agrícola Nacional e Rede Ecológica Nacional, incluíam a movimentação de terras e terraplanagens, que teriam o objetivo de criar uma estrada, com cerca de 3 metros de largura, para ligar o topo da falésia até à cota da ria.
De acordo com uma segunda denúncia, datada de 2 de Abril, também ela encaminhada para o ICNF (e outras entidades), a que o Sul Informação teve acesso, foi ainda destruída vegetação para permitir a construção de uma vedação com cerca de 2 metros de altura.
O objetivo destes trabalhos, segundo Castelão Rodrigues, é desconhecido, porque «nunca foi pedido nenhum parecer e não há nenhuma justificação para estes».
«Não sabemos o que pretende, porque ainda não conseguimos falar com o proprietário, uma vez que, quando lá fomos, quem estava era o empreiteiro», acrescentou o responsável.
Isso não significa, ainda assim, que o dono daquele terreno seja desconhecido das autoridades, até porque ele é «reincidente».
No ano passado, «já houve um processo de contraordenação, que ainda está a decorrer», concluiu Castelão Rodrigues.
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