Covid-19: Algarve é a região com piores números de taxa de incidência e R(t)

Tendo em conta estes dados (o Rt e a taxa de incidência), o Algarve está, na matriz de risco, em zona vermelha

O Algarve é a região com a mais alta taxa de incidência de novos casos, por 100 mil habitantes, e também tem o mais elevado R(t), o índice de transmissibilidade, de todo o país. Estes são dados que constam no primeiro relatório de “Monotorização das linhas vermelhas para a Covid-19”, publicado este sábado, 3 de Abril, pela Direção-Geral da Saúde (DGS). 

Segundo a DGS, «o número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2/Covid-19 por 100 000 habitantes tem vindo a diminuir, tanto a nível nacional como nas várias regiões de saúde do continente, exceto no Algarve».

Na região algarvia, a incidência cumulativa a 14 dias, medida de 18 a 31 de Março, é de 112, seguida de Lisboa e Vale do Tejo (73) e Alentejo (72). O Norte (53) e o Centro (49) aparecem com números bem inferiores.

Quanto ao índice de transmissibilidade, o famoso R(t), apresenta valores inferiores a 1, tanto a nível nacional (0,97) como nas várias regiões de saúde do continente, com exceção do Algarve (1,19).

De acordo com a DGS, desde 10 de Fevereiro, que se observa, em todo o país, «o aumento do valor do Rt, com especial revelo no Algarve». No Alentejo, este número está nos 0,93.

 

 

Tendo em conta estes dados (o Rt e a taxa de incidência), o Algarve está, na matriz de risco, claramente em zona vermelha – no segundo quadrado e perto do mais grave de todos.  É, neste particular, também a região com uma situação pior. O Alentejo, por sua vez, ainda está na zona verde.

Estes números altos no Algarve estão relacionados com diversos surtos, que foram detetados em empresas de construção civil, mas não só, como o Sul Informação avançou na altura.

Mais tarde, o novo coronavírus propagou-se a familiares dos trabalhadores.

Num ponto de situação feito esta sexta-feira, a Câmara de Portimão revelou, por exemplo, que, na sequência do surto de Covid-19 relacionado com o setor da construção civil, já houve 89 casos positivos.

Este novo relatório da DGS também apresenta dados sobre a prevalência das variantes em Portugal. A nível nacional, estima-se que a variante do Reino Unido já representa 70,6% dos casos de infeção.

Os números são ainda maiores no Algarve, onde se estima que 95% das infeções estejam relacionadas com esta variante. No Alentejo, a percentagem é de 31,7%.

 

 

De acordo com a DGS, o «número diário de casos de Covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no Continente tem apresentado uma tendência decrescente», o que são boas notícias.

«A nível nacional, a proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 2,0% (25 a 31 de Março), valor que se mantém abaixo do objetivo definido de 4%, sendo que o total de testes realizados nos últimos 7 dias foi de 152 695», acrescenta.

Nos últimos sete dias, todos os casos de infeção por Covid-19 «foram isolados em menos de 24 horas após a notificação, e foram rastreados e isolados 91,5% dos seus contactos», diz ainda a DGS.

Segundo a DGS, a «análise global dos diversos indicadores sugere uma situação epidemiológica controlada, ou seja, transmissão comunitária de moderada intensidade e de reduzida pressão nos serviços de saúde nas próximas semanas».

«O atual período pascal e o início do desconfinamento são fatores que podem interferir nesta situação, com reflexos que demorarão algumas semanas a ser visíveis», conclui.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) vão passar a publicar, sempre às sextas-feiras, este relatório de monitorização das linhas vermelhas para a Covid-19.

 

 

 



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