O excitante futuro da exploração espacial

Depois de explorada a órbita terrestre e com o fim da utilização da estação espacial internacional já ao virar da esquina, é tempo de iniciar a exploração humana do Sistema Solar

Nos últimos anos, a exploração espacial saiu da esfera puramente governamental, abrindo as portas à comercialização do espaço, ao mesmo tempo que as grandes agências espaciais avançam, ou pelo menos tentam avançar, para os ambiciosos objetivos de chegar a Marte e estabelecer bases lunares nas próximas décadas.

Depois de explorada a órbita terrestre e com o fim da utilização da estação espacial internacional já ao virar da esquina, é tempo de iniciar, de forma concisa, a exploração humana do Sistema Solar. Não veremos, nos próximos anos, missões tripuladas aos planetas exteriores, mas os planos para a permanência da Lua estão aí, com o Programa Artemis e a Gateway, numa colaboração internacional semelhante à que levou à criação da ISS.

Com as missões Artemis, a NASA pretende levar a primeira mulher e o próximo homem para a superfície lunar em 2024. O programa pretende utilizar tecnologias inovadoras para explorar a superfície do nosso satélite natural, em colaboração com parceiros comerciais e internacionais.

Estabelecendo uma exploração sustentável até ao final da década, pretende-se assim abrir as portas para o próximo passo, que será a exploração tripulada de Marte.

A estação Gateway é uma parte vital dos planos da NASA de exploração do espaço profundo, juntamente com o foguetão Space Launch System (SLS), com o veículo espacial tripulado Orion, e o sistema de alunagem que irá enviar os astronautas para a Lua.

Ao adquirir novas experiências na Lua e ao redor dela, irá preparar a agência espacial norte-americana e outras agências para enviar os primeiros humanos a Marte nos próximos anos.

A Gateway terá um papel vital neste processo. A estação em órbita lunar será um destino para astronautas e investigações científicas, bem como um porto para a exploração do espaço profundo, tais como veículos tendo por destino a superfície lunar ou veículos em viagem para outros destinos para lá da Lua.

Por seu lado, a Rússia continua presa na órbita terrestre e são incertos os seus planos de futuro que orbitam entre a exploração tripulada da Lua e a construção de uma nova estação espacial.

No entanto, e com sérios problemas de financiamento da exploração espacial, não se espera que venha a avançar de forma independente, podendo haver uma associação aos programas de exploração espacial internacionais.

Entretanto, prossegue nos estudos para o desenvolvimento de uma cápsula espacial parcialmente reutilizável, a Orel, e de novos vetores de lançamento, tais como o foguetão Soyuz-5, preparando-se para lançar novos módulos para a ISS.

A Índia também prepara um programa espacial tripulado, o Gaganyaan, que pretende desenvolver uma cápsula espacial com capacidade de dois ou três tripulantes e que possa permanecer em órbita durante sete dias.

Ao mesmo tempo que os Estados Unidos e os seus parceiros dão os passos em direção à Lua, a China inicia a construção da sua estação orbital modular, a Tiangong, tendo também já iniciado os estudos para viagens tripuladas à Lua.

Com os preparativos a decorrer em Wenchang, o primeiro módulo da estação espacial chinesa Tiangong, o Tianhe-1, será colocado em órbita em Março ou Abril de 2021, pelo segundo foguetão Chang Zheng-5B.

Com uma massa de cerca de 20.000 quilos, o módulo irá ser colocado numa órbita com uma altitude média de 393 quilómetros e irá servir de núcleo da estação espacial Tiangong.

Os módulos Wentian e Mengtian serão módulos científicos com uma massa de cerca de 20.000 quilos e que serão utilizados para levar a cabo experiências nas áreas das ciências da vida, biotecnologia, física, ciências dos materiais, microgravidade, etc. Um outro módulo experimental, o Xuntian, será um telescópio espacial com um espelho de dois metros de diâmetro.

Após o lançamento do módulo Tianhe-1, a China irá lançar o veículo de carga Tianzhou-2 em Abril e que irá acoplar com o Tianhe-1 de forma automática.

A cápsula espacial tripulada Shenzhou-12 será então lançada pelo foguetão Chang Zheng-2F/G, a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, para uma missão de vários meses em órbita a bordo da nova estação espacial. O lançamento da Shenzhou-12 está previsto para Junho e deverá transportar três tripulantes.

Por outro lado, várias missões se perfilam no horizonte cósmico para captar a nossa atenção, tal como é o lançamento do telescópio espacial James Webb, que irá procurar pelas primeiras galáxias que se formaram após o Big Bang, ou a missão JUICE (Jupiter Icy Moons Explorer) da ESA, que irá obter mais informações sobre Júpiter e sobre as suas grandes luas.

Ainda as novas missões de chegam a Marte: a Tianwen-1 (China), a Mars 2020 Preseverance (EUA) e a Al-Amal (Emiratos Árabes Unidos), irão certamente abrir novos capítulos de exploração do planeta vermelho.

Finalmente, a nova corrida espacial protagonizada pelas empresas privadas, tais como a Blue Origin, a Virgin Galactic e a SpaceX, numa tentativa de abrir o acesso ao espaço aos cidadãos «comuns».

 

Autor – Rui Barbosa nasceu em Maio de 1971 e licenciou-se em Física Aplicada. Desde cedo que Rui Barbosa se interessou pela temática espacial.
A 3 de Maio de 2001 inicia o Boletim Em Órbita, dedicado à Astronáutica e Conquista do Espaço, o qual comemora o seu 20º aniversário.
Atualmente, Rui Barbosa partilha a sua paixão pela Conquista do Espaço com as atividades de montanha.

 

 

 

 

 

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