Já começou a vacinação dos idosos e funcionários dos lares e Cuidados Continuados do Algarve

Primeiras vacinas dadas em lares e UCC de Tavira e Albufeira por serem os concelhos com maior incidência de casos

Equipa do ACeS Central responsável pela vacinação anti Covid, no lar do Centro Social da Quinta da Palmeira – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

110 utentes e funcionários dos dois lares, em Albufeira e Paderne, do Centro Social da Quinta da Palmeira, começaram, esta manhã, a ser vacinados contra a Covid-19. Também em Tavira se deu início à vacinação de utentes e funcionários de dois lares e da Unidade de Cuidados Continuados Integrados.

Estes dois concelhos, por serem os de maior incidência de casos de Covid-19 em todo o Algarve, são os primeiros a acolher, na região, a vacinação dos utentes e funcionários das Estruturas Residenciais de Pessoas Idosas (ERPI) e da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. A operação está a cargo das equipas dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACeS) Central, do Sotavento e do Barlavento.

Paulo Morgado, presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, que esteve presente no lar do Centro da Quinta da Palmeira, em Albufeira, com outros responsáveis locais e regionais, anunciou que, «ao longo desta semana, vamos vacinar cerca de 900 utentes e profissionais das instituições destes dois concelhos».

Em Janeiro e Fevereiro, acrescentou, prevê-se «vacinar cerca de 9000 utentes e profissionais» de lares em toda a região algarvia, incluindo os ilegais.

Aquele responsável esclareceu que «apenas vacinamos nas instituições que não têm surtos ativos», pelo que, tanto em Albufeira (Misericórdia) como em Tavira (Lar de Santa Maria), haverá lares que, para já, não são ainda abrangidos. Aí, a vacinação será feita quando so surtos forem considerados encerrados, «ou seja 28 dias após o surgimento do último caso».

Em simultâneo, Paulo Morgado anunciou que vão ainda ser vacinados contra a Covid-19 «alguns dos profissionais prioritários, dos Centros de Saúde, que ainda não tinham sido vacinados nas semanas anteriores». São, ao todo, mais «cerca de 200 profissionais».

O Padre Pedro Manuel, responsável pelos lares da Quinta da Palmeira (em Albufeira) e do Centro Paroquial de Paderne, disse que a notícia de que seriam dos primeiros no Algarve a ser vacinados foi recebida pelos idosos destas duas ERPI «com grande alegria» e com «uma grande esperança».

«Com a consciência de que não será algo para o dia de amanhã, mas para um amanhã mais abrangente, desejamos sinceramente que esta esperança se traduza na possibilidade de voltarmos a algum tipo de normalidade nestas casas», acrescentou.

Quanto aos surtos que têm surgido noutras instituições, o Pe. Pedro Manuel frisou que «todos os lares no país inteiro fazem o melhor que conseguem e que podem». Por isso, fez questão de «deixar uma palavra de profundo respeito por todas as instituições congéneres, que têm passado por circuntâncias tão difíceis, como a entrada do surto nas suas portas».

Quanto à eventual falta de funcionários, o responsável pelo Centro Social da Quinta da Palmeira garantiu que «temos tido o apoio, desde a primeira hora, da Segurança Social». Admitiu que «foi necessário contratar novos funcionários», mas que, com o programa Mares temos já quatro funcionários e estamos na expectativa de vir a ter rapidamente mais três».

Para já, é suficiente. «Mas realmente nunca podemos dar esta resposta como definitiva, porque os nossos funcionários têm família, têm filhos numa escola, têm o companheiro ou a companheira que também trabalham, e de repente há um surto nalgum sítio e isso faz com que deixemos de poder contar com aquela pessoa».

Margarida Flores, presidente do Centro Regional de Segurança Social do Algarve, sublinhou que «a questão dos funcionários tem sido uma preocupação». «Estamos neste momento numa grande campanha de angariação de funcionários para as IPSS», enquanto, «no âmbito do protocolo com o Algarve Biomedical Center, estamos a dar-lhes a formação adequada para as funções que vão desempenhar».

Há ainda as «brigadas de intervenção rápida», às quais «há também duas instituições no Algarve que lhes estão a dar formação, na área do idoso e da deficiência».

Também presente no «momento simbólico» do início da vacinação dos utentes e funcionários das ERPI algarvias, estava o secretário de Estado Jorge Botelho, que é o coordenador da luta contra a pandemia no Algarve. Este responsável, em declarações ao Sul Informação, explicou que o que está a ser feito agora é «a tentar estabilizar o número de casos, para que não haja mais contágios».

Jorge Botelho realçou «que as instituições estão a trabalhar todas em coordenação, o hospital com a ARS e com a Segurança Social» e que a vacinação «já chegou aos profissionais de saúde e está agora a chegar às ERPI». «Esperamos agora que a coisa estabilize e comece a baixar, com a colaboração de todos, e com as novas medidas que poderão ser tomadas».

Por seu lado, José Carlos Rolo, presidente da Câmara de Albufeira, disse ao nosso jornal ter acabado de falar com a provedora da Santa Casa da Misericórdia local, que registou recentes infeções nos seus dois lares, tendo recebido a notícia de que os casos «parecem estar a evoluir favoravelmente».

No entanto, «e isto tem sido uma constante ao longo destes quase 11 meses de pandemia», o autarca chamou a atenção para «a imprevisibilidade de tudo isto: hoje estamos a falar de uma forma otimista, amanhã pode ser completamente diferente».

«Não tenho dúvidas nenhumas de que as IPSS têm feito um trabalho extraordinário no concelho, e não só, no entanto, as coisas acontecem», acrescentou.

José Carlos Rolo saudou o início da vacinação dos idosos e dos funcionários dos lares, sublinhando a «esperança» que traz.

A vacinação dos idosos, entre os 75 e os 98 anos, e funcionários do lar do Centro Social da Quinta da Palmeira, em Albufeira, começou por volta das 11h30, a cargo da equipa do ACeS Central. Os jornalistas apenas puderam fazer imagens dos profissionais de saúde através de uma janela, sem entrar nas instalações, por razões de segurança e higiene em tempos de pandemia.

 

Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

 

 

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