Fórmula 1: A Day at the Races

Ganhou o Lewis Hamilton, batendo o recorde de vitórias na F1, superando assim Michael Schumacher

O título está em estrangeiro porque já estou inserido no ambiente. Por falar em ambiente, com os vestígios de dejetos que fui vendo, há muita e variada passarada que escolheu o Autódromo para habitar.

Mas hoje era dia de corridas. Fui cedinho, mais uma vez de boleia com a família, e foi sempre a andar. Entrada sem bichas ou problemas (parece que houve maçaricos que foram mais tarde, ficaram engarrafados e não viram nada).

Cheguei ao meu lugar e sentia-se logo que era um dia diferente. Hoje sentia-se a tensão. Era palpável. Nos outros dias, a coisa era levada mais na desportiva, mas hoje era a sério.

O dia começou com a GT Cup Exhibition Race. Tal como ontem, corriam o John Shoffner (USA) e a Janine Shoffner (UK).

Pelo nome e por já terem alguma idade devem ser marido e mulher. Tal como ontem, correram taco-a-taco, foram muito agressivos, ultrapassaram-se várias vezes e ganhou ela. Não sei como será aquilo lá em casa, mas no fim ela deu-lhe um abracinho.

Na corrida seguinte, Sports Prototype Cup tive que ir à internet para saber que bandeira era aquela, branca e preta, mostrada a dois pilotos. Era de advertência por conduta antidesportiva.

Mas o animal que é a Fórmula 1 estava a despertar. O barulho, tipo barulho de fábrica metalúrgica, que se ouvia anunciava o que aí vinha. E veio a apresentação dos pilotos, entrevistados um a um junto às suas boxes.

Depois a montagem do cenário, para o evento “End Racism” com todos os pilotos alinhados (alguns ajoelhados) na pista. Destoava o Hamilton, porque a t-shirt dele era diferente. A dele dizia “Black Lives Matter”.

O Hino foi cantado pela Cuca Roseta em forma de fado, devidamente acompanhado por guitarra e viola. Foi muito emotivo, com toda a malta de pé e a aplaudir no fim.

Entretanto, as oficinas tinham sido transferidas para a pista. Em formato mais reduzido, com carrinhos tipo catering cheios de coisas para mimar os carros e também os pilotos. Houve alguns que até tinham umas escadinhas para subir (?!) para os carros.

A largada foi de arrepiar. As primeiras voltas foram muito intensas, com constantes ultrapassagens a mais de 300 à hora na reta da meta com o público a vibrar e a bater palmas. Os pilotos não ouviam, mas era bonito.

Mas a adrenalina era tanta que dei por mim a tremer e a bater os dentes. Isto pode parecer piroso, mas quando eles fizeram a primeira curva e não houve acidentes, até quase que me vieram lágrimas aos olhos (Façam o favor de esquecer estas últimas confissões).

Após as primeiras voltas, voltou tudo ao normal. Lá realizaram a coreografia da mudança de pneus, criou-se algum suspense se haveria chuva ou não e, como é normal, ganhou o Lewis Hamilton, batendo o recorde de vitórias na F1, superando assim Michael Schumacher. E foi giro vê-lo a abraçar o pai. Houve a festa do pódio, o champanhe e foguetes com as cores portuguesas.

Foi bonita a festa, pá!

Notas finais: ainda não tinha começado a corrida e já estavam a desmontar as motor homes. Quando acabaram as comemorações, foi ver as equipas a arrumar tudo muito arrumadinho, os carros tapados, tudo a ser encaixotado para seguir para a próxima corrida. E a alegria dos comissários no meio da pista, a tirar a foto de família e aos pulos, satisfeitos pelo bom trabalho desempenhado. O regresso a casa até foi relativamente rápido, considerando o número de carros que lá estava estacionado.

Até para o ano?

 

Autor: José Victorino é um fã de Fórmula 1

 

 

 

 

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