Bruxelas autoriza o Algarve a reorientar fundos comunitários para responder à crise

Proposta de reprogramação do CRESC Algarve 202 foi aprovada pela Comissão Europeia

Foto: Pablo Sabater | Sul Informação

A proposta de reprogramação do Programa Operacional CRESC Algarve 2020, iniciada em Maio pela Comissão Diretiva deste PO e que visa dar «uma resposta imediata a uma situação de emergência civil, causada pela pandemia da Covid-19», foi aprovada pela Comissão Europeia.

«Esta revisão tem natureza estratégica e procura dar resposta às alterações socioeconómicas provocadas pela situação de pandemia provocada pela Covid-19 na região»  e «posiciona o CRESC Algarve 2020 como um instrumento mais eficiente no apoio à recuperação da economia, quer no contexto da atividade e do investimento empresarial, quer da manutenção de emprego e da oferta de formação profissional», acredita Francisco Serra, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Algarve e, como tal, da Comissão Diretiva que propôs a reprogramação.

O pedido para rever o programa que gere os Fundos da União Europeia a aplicar no Algarve foi justificado pela equipa liderada por Francisco Serra com o impacto da pandemia na economia algarvia.

Apesar de o Algarve ter «níveis de contágio muito inferiores às de outras regiões da Europa, o que contribuiu para o reforço da imagem internacional de uma região segura», a pandemia «surgiu no termo da época baixa da atividade turística e, portanto, numa altura em que os agentes económicos preparavam a retoma sazonal», que acabou por não se verificar.

A chegada da Covid-19 levou à «inexistência de procura e determinou uma quase total paralisia da atividade, originando quase 6400 empresas em situação de lay-off, 12,6 mil pedidos de apoio extraordinário devido a paragem total ou redução de atividade por parte de trabalhadores independentes e no agravamento abrupto do desemprego, ditado quer pela não contratação dos cerca de 6000 trabalhadores sazonais que habitualmente ingressam no mercado de trabalho nesta altura do ano, quer no aumento dos despedimentos coletivos, pelo despedimento de quase 8000 trabalhadores de diversos setores da atividade económica»., justificou a equipa liderada por Francisco Serra, o presidente da CCDR do Algarve.

Estes foram os argumentos utilizados na proposta de reprogramação, que foi assente em seis prioridades.

A primeira foi «responder à crise de saúde pública, reforçando a capacidade de resposta do sistema de saúde e promovendo uma estruturação mais avançada do cluster da saúde», seguindo-se a manutenção «os níveis de investimento público, enquanto alavanca do investimento privado e manutenção da atividade da construção e da indústria em geral».

«Apoiar a manutenção da dinâmica do investimento privado, particularmente das atividades integrantes da estratégia de especialização inteligente, da região; recuperar os níveis de emprego, reforçando as medidas de mitigação do desemprego e promovendo a contratação e a qualificação dos trabalhadores; acelerar a transição digital nas escolas, empresas e na administração pública, e a literacia digital dos cidadãos; e afirmar a coesão social e territorial, mantendo o nível de apoio das políticas públicas no âmbito da promoção da cultura, da ciência, do sucesso educativo, da redução da pobreza e da exclusão social, e da promoção da igualdade, entre outras», são os outros eixos estratégicos da proposta de reprogramação aprovada.

 

 

 



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