Algarve teve «quebra acentuada» no movimentos de passageiros no terceiro trimestre

Números são «fortemente marcados pela implementação das medidas decorrentes da Declaração de Estado de Emergência»

Os meses de Abril, Maio e Junho tiveram «quebras acentuadas nos fluxos, tráfegos e movimentos de passageiros» no Algarve, devido à pandemia da Covid-19. Esta é a principal conclusão do Boletim Trimestral de Conjuntura, desenvolvido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve. 

«Os indicadores mais recentes do Portal da Mobilidade e Transportes da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR Algarve) são fortemente marcados pela implementação das medidas decorrentes da Declaração de Estado de Emergência (em 18 de março) no país, e também influenciados pela situação vivida na região da Andaluzia», diz a CCDR.

No segundo trimestre de 2020, as quebras nos fluxos e movimentos de passageiros são muito acentuadas de uma forma geral em todos os meios e modos de transporte.

Segundo a CCDR, «são particularmente notórias no modo aéreo: o Aeroporto Internacional de Faro praticamente suspendeu a atividade, mas estendidas a todos os restantes meios e modos, tendo inclusivamente o movimento de passageiros sido nulo na carreira fluvial Vila Real de Santo António/Ayamonte. Os fluxos que, ainda assim, registaram menos quebras, mas em todo o caso superiores a 40 e a 50%, foram os tráfegos médios diários nos eixos rodoviários secundários».

O Aeroporto Internacional de Faro registou somente 614 voos e 36.381 passageiros (movimento comercial). Trata-se de um «acentuadíssimo decréscimo», relativamente ao trimestre homólogo de 2019 – 98,8% relativamente ao número de voos e 96,9% em relação ao movimento de passageiros –, e são também os mais pronunciados dos cinco aeroportos nacionais (Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Ponta Delgada).

O Aeroporto de Faro movimentou um total de 661 passageiros com os restantes aeroportos do espaço nacional, valor que corresponde a 1,8% do total do movimento de passageiros no trimestre. Comparativamente com o trimestre homólogo do ano anterior, destaca-se também o quase absoluto decréscimo (99,5%).

«Os decréscimos tinham sido já bastante acentuados no primeiro trimestre de 2020, mas a quase total supressão da atividade no segundo trimestre colocou os valores em patamares baixíssimos», diz a CCDR.

Também no modo ferroviário o movimento sofreu quedas muito acentuadas: no serviço regional (Lagos – VRSA) houve um movimento de 131.041 passageiros, uma redução de 74,4% relativamente ao trimestre homólogo de 2019.

O serviço regional «regista assim uma variação trimestral homóloga (fortemente) negativa após cinco trimestres positivos consecutivos».

Já o serviço de longo curso (ligações dos serviços Alfa e Intercidades) movimentou somente 43.767 passageiros, valor inferior em 82% ao valor do trimestre homólogo anterior.

No modo fluvial/marítimo as quebras são também muito acentuadas: o movimento nas carreiras da Ria Formosa registou apenas 138.772 passageiros, uma diminuição de 65,6% relativamente ao trimestre homólogo anterior e o movimento na carreira do Guadiana (VRSA/Ayamonte) foi inclusivamente nulo, em razão da supressão total do serviço (em parte do mês de Março e na totalidade dos três meses seguintes).

Relativamente ao Tráfego Médio Diário (TMD) nos eixos rodoviários principais destacam-se igualmente os acentuados decréscimos: um decréscimo de 53,2% no troço da A2 Almodôvar / São Bartolomeu de Messines (5.582 veículos/dia), um decréscimo de 64,4% na A22 (5.366 veículos/dia) e um decréscimo de 91,6% na Ponte Internacional do Guadiana (858 veículos/dia).

«Em todos estes três registos, os sinais já dados no primeiro trimestre, sobretudo em razão da acentuada queda na segunda quinzena do mês de Março, verificaram-se em absoluto nos meses do segundo trimestre e, como também no modo fluvial/marítimo, com expressão ainda maior na fronteira com Espanha», diz a CCDR.

«Os valores para os TMD nos eixos rodoviários secundários revelam também de forma muito expressiva as drásticas reduções da circulação e do tráfego. Em todos os 27 postos de contagem as variações trimestrais homólogas são muito negativas, a esmagadora maioria na ordem dos 40 e 50%, atingindo no troço de acesso ao Aeroporto um máximo de 72,7%», conclui,

Todos os valores do Barómetro Algarve Conjuntura – Mobilidade e Transportes podem ser consultados no portal de Mobilidade e Transportes da CCDR-Algarve, desenvolvido em parceria com o Centro de Cartografia da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, e disponível aqui.

 

 



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