Portimonense rejeita despromoções sem se jogar todas as jornadas

Portimonense emitiu um comunicado este domingo

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O Portimonense veio a público defender que, «caso não seja possível concluir os jogos e apurar o mérito desportivo de cada um, temos de apoiar o alargamento», ou seja, a não despromoção de clubes e a realização, na próxima época, de campeonatos profissionais com mais equipas.

A direção da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do clube de Portimão emitiu um comunicado intitulado «Verdade Desportiva», onde se mostra surpreendido com o cancelamento da II Liga, o outro campeonato profissional em Portugal, já que, considera, «a verdade desportiva deve sempre prevalecer, independentemente do nível da competição, e não é legítimo sacrificar uma competição profissional em favor de outra».

«A melhor forma de defender a verdade desportiva é dentro do campo, a competir, com garra e deixando todo o suor nas camisolas. E todos temos condições para fazê-lo. Os clubes da II Liga também. Só assim devem ser decretadas subidas e descidas de escalão», defendeu a SAD do Portimonsense, que ocupa a 17ª posição do principal escalão do futebol português, lugar que, no final do campeonato, dá direito à despromoção.

 




 

«Face ao exposto, parece claro que não se pode sacrificar mais ninguém. Não podemos acentuar a tragédia com despromoções não desportivas. Ninguém sobreviverá num tal cenário», acredita o emblema algarvio.

«Resta à Portimonense SAD sublinhar que continua a ser solidária com os seus pares e garantir que vai jogar, que quer muito jogar, os dez jogos por agendar, tudo fazendo para provar que o futebol tem de vencer dentro das quatro linhas», acrescentou.

 

Leia o comunicado na íntegra:

«No seguimento do momento delicado que o Mundo vive, e que tem impacto impossível de mesurar na indústria do futebol, a Portimonense SAD vem comunicar o seguinte:

– O governo português decidiu decretar o cancelamento da II Liga, decisão que muito nos surpreendeu. A ;

– Para sustentar a decisão foi dito que a II Liga não tem condições para retomar os jogos, nomeadamente a nível de infraestruturas. Uma simples e fria análise ao panorama global permite concluir que assim não é e que há emblemas da II Liga com muito melhores condições que outros de I Liga. Bastaria citar Nacional, Académica e Chaves, por exemplo…;

– Mesmo assumindo a bondade de todas as decisões e que por trás de todas as motivações está o melhor para o futebol português, TODOS temos a responsabilidade de ser solidários com todos os competidores, por forma a resolver o impacto financeiro e os prejuízos do cancelamento de dezenas de jogos profissionais;

– A melhor forma de defender a verdade desportiva é dentro do campo, a competir, com garra e deixando todo o suor nas camisolas. E todos temos condições para fazê-lo. Os clubes da II Liga também. Só assim devem ser decretadas subidas e descidas de escalão;

– Está claro para qualquer um que o Mundo, Portugal e o futebol português vivem a maior crise do século XXI. Trata-se de uma questão de sobrevivência, por isso apelamos aos nossos governantes e dirigentes para que façam prevalecer justiça e bom senso. Só assim teremos um futuro com futebol tal e qual ainda o conhecemos;

– Face ao exposto, parece claro que não se pode sacrificar mais ninguém. Não podemos acentuar a tragédia com despromoções não desportivas. Ninguém sobrevirá num tal cenário;

– Resta à Portimonense SAD sublinhar que continua a ser solidária com os seus pares e garantir que vai jogar, que quer muito jogar, os dez jogos por agendar, tudo fazendo para provar que o futebol tem de vencer dentro das quatro linhas;

– Nunca poderemos apoiar despromoções que não reflitam o rendimento desportivo. Hoje estamos a discutir os casos do Casa Pia e do Cova da Piedade, amanhã poderão ser os de outros. Nada mais injusto;

– No que concerne às subidas às competições profissionais, só podemos estar satisfeitos e endereçar as felicitações a Arouca e Vizela. Ao invés, falar em descidas decididas em cenário de tragédia e tristeza não faz qualquer sentido;

– Finalmente, aqui chegados, ressalta uma evidência: caso não seja possível concluir os jogos e apurar o mérito desportivo de cada um, temos de apoiar o alargamento, com solidariedade para todos e bom senso generalizado. O futebol português merece e justifica que todos possamos ter condições para retomar a actividade nos moldes anteriores à pandemia».

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