Campanha do IPMA conta com apoio da pesca de cerco para avaliar stock da sardinha

Informação recolhida pretende contribuir para o conhecimento e recuperação do stock da sardinha

A PELAGO20, a campanha de rastreio acústico para «determinar a abundância e distribuição espacial dos peixes pelágicos costeiros, em particular a sardinha e o biqueirão», começou a 4 de Março, ao longo da plataforma continental portuguesa e no Golfo de Cádis.

A campanha decorre a bordo do navio de investigação NI Miguel Oliver, que transporta os investigadores e técnicos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) responsáveis pelo estudo, e conta com a cooperação com o IEO (Instituto Espanhol de Oceanografia).

Esta campanha PELAGO realiza-se todos os anos na Primavera, tendo ainda como objetivos avaliar o estado dos peixes pelágicos e analisar os fatores ambientais que afetam a sua sobrevivência.

Este ano, o NI Miguel Oliver está a ser acompanhado por diversas embarcações do cerco em cada setor da costa continental. “Mar Eterno”, “Avô Varela” e “Porti Pesca” são as embarcações de pesca que complementam a amostragem realizada pelo navio de investigação, auxiliando na identificação dos cardumes quantificados por rastreio acústico pelos cientistas.

Em cada lance da cercadora, as espécies são identificadas e medidas por um amostrador do IPMA.

A informação recolhida a bordo do NI Miguel Oliver e pelo setor pretende contribuir para o conhecimento e recuperação do stock da sardinha, bem como potenciar a sustentabilidade da pesca do cerco.

 

Segundo o IPMA, «os dados obtidos na campanha PELAGO, para estimar a biomassa de sardinha e de biqueirão, contribuem para fundamentar as medidas a adotar pelos órgãos de gestão que estabelecem as quotas de pesca para o próximo ano».

A campanha PELAGO20, que só terminará no final de Março, faz parte do Programa Nacional de Amostragem Biológica do IPMA e o seu financiamento é da responsabilidade deste instituto, da Comissão Europeia e do programa MAR2020.

Os seus resultados são anualmente analisados no âmbito do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES) para fazer recomendações sobre as capturas admissíveis de sardinha e biqueirão.

Segundo nota da Secretaria de Estado das Pescas,«esta campanha é muito importante para avaliação do estado do recurso sardinha, na sequência dos bons indicadores obtidos na campanha realizada no último trimestre de 2019».

O redobrado esforço que, desde 2015, tem sido feito na investigação, com a realização de duas campanhas científicas anuais e a concretização do projeto específico de investigação (Sardinha 2020), trouxe bons indicadores sobre a estratégia de recuperação e da gestão sustentável da sardinha.

Segundo o último relatório do ICES, a biomassa da sardinha com 1 ou mais anos de idade recuperou 52% entre 2015 (117,9 mil toneladas) e 2019 (179,4 mil toneladas), atingindo um nível de biomassa idêntico ao de 2011.

«Estes resultados confirmam a eficácia dos esforços desenvolvidos pelos sectores em Portugal e Espanha, no âmbito de um Plano de Gestão Plurianual conjunto, ajustando as possibilidades de pesca ao estado do recurso em articulação com os pareceres científicos», acrescenta a mesma nota.

O Governo reafirma, no comunicado, que «sustentará a fixação de medidas de gestão e limites de captura em consonância com os pareceres científicos e os objetivos de gestão previstos na Política Comum de Pesca, ponderando os impactos económicos e sociais, mas procurando assegurar a recuperação sustentável do recurso sardinha».

 

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