Portimonense João Porfírio ganha Prémio Notícias do Estação Imagem 2019

Reportagem, publicada no Observador, começou quando o incêndio esteve às portas da vila de Monchique

O fotojornalista portimonense João Porfírio foi o vencedor na categoria Notícias do Prémio Estação Imagem 2019, com o trabalho “A Imagem do Terror tem Som”, uma reportagem sobre os incêndios de Monchique, em 2018, que consumiram 27 mil hectares e deixaram 41 feridos.

Esta reportagem de João Porfírio, publicada no Observador, jornal do qual é editor de fotografia, começou quando o incêndio esteve às portas da vila de Monchique e ameaçou o centro desta. Muitas foram as pessoas que perderam todos os seus bens e quando o fogo parecia estar mais controlado, os fortes ventos viriam a ameaçar mais habitações e animais. Dezenas de casas ficaram totalmente destruídas e centenas de animais perderam a vida com a força das chamas.

Leonel de Castro, fotojornalista do Jornal de Notícias (JN), venceu o prémio Estação Imagem 2019 Coimbra, com um trabalho sobre o papel social dos cuidadores informais, intitulado “Almas”, anunciou hoje a organização, em Coimbra.

Leonel de Castro, que pertence desde 1997 aos quadros do JN, ganhou também o prémio “Fotografia do Ano” com o trabalho “Mulher Berbére”, sobre “os poucos direitos e muitos deveres” das mulheres muçulmanas em Marrocos.

Os fotojornalistas Óscar Corral e Gonçalo Lobo Pinheiro receberam menções honrosas por “Transfer” (sobre o resgate de migrantes em alto mar) e “Esperança e Crença” (sobre uma emigrante indonésia muçulmana que vive e trabalha em condições precárias em Macau), respetivamente.

O Prémio Europa foi atribuído ao fotojornalista Rui M. Oliveira, pelo trabalho “Romeiros”, sobre dezenas de devotos que “percorrem 300 km ao longo de uma semana, rezando e visitando os locais de culto religioso da ilha” de São Miguel, nos Açores.

Rodrigo Cabrita foi contemplado com uma menção honrosa na categoria “Assuntos Contemporâneos” com um trabalho que acompanhou durante um mês pacientes do Instituto Português de Oncologia.

Outra menção foi para “Bazar de Órgãos”, de Gonçalo Fonseca, sobre transplantes ilegais de órgãos.

Arlindo Camacho foi distinguido na categoria “Vida Quotidiana”, com um trabalho sobre uma volta ao mundo de uma família açoriana.
Uma reportagem durante a Semana Santa na cidade espanhola de Zamora valeu a Octávio Passos a distinção na categoria “Artes e Espetáculos”.

Mário Cruz, fotojornalista premiado da Agência Lusa, arrecadou o prémio “Ambiente”, com a reportagem “Viver entre o que é deixado para trás”, sobre o rio Pasig, nas Filipinas, um dos vinte mais poluídos do mundo.

Um trabalho com a comunidade são-tomense no bairro da Torre, em Camarate, arredores de Lisboa, valeu a Ricardo Lopes o prémio “Série de Retratos”, enquanto a menção honrosa nesta categoria foi para Tono Arias, sobre as tradições do Entrudo galego.

O Canhão da Nazaré, um desfiladeiro submarino ao largo da costa da Nazaré, que atrai surfistas de ondas gigantes de todo o mundo, valeu a Octávio Passos o prémio “Desporto”.

Nesta categoria, a menção honrosa foi atribuída a Eduardo Leal, que fotografou combates de Muay Thai num ringue na Tailândia.

Por fim, a bolsa Estação Imagem Coimbra 2019 foi atribuída a Ana Brígida, que apresentou uma proposta de reportagem sobre comunidades com poucos habitantes e eco-aldeias no distrito de Coimbra.

O júri foi composto por Stéphane Arnaud, editor-chefe de Fotografia Internacional da AFP, Darrin Zammit Lupi, fotógrafo colaborador da Reuters desde 1997, George Steinmetz, fotógrafo que trabalha para a National Geographic e a Geo, e Michael Kamber, diretor do Bronx Documentary Center.

O festival Estação Imagem arrancou na terça-feira, em Coimbra, contando com nove exposições, uma das quais junta o trabalho de vários fotojornalistas em torno da passagem do ciclone Idai, em Moçambique. Esta mostra conta também com fotografias de João Porfírio e pode ser vista até 21 de Junho.

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