Misericórdia de Olhão realoja casal de idosos que foi despejado

No total, «este casal esteve desalojado duas noites», garante a autarquia.

Maria Julieta Reis e João Peixe Rei, casal de idosos que ficou desalojado no passado mês de Março, está, desde esta segunda-feira, 8 de Abril, a viver, «com todo o conforto», num alojamento independente da Santa Casa da Misericórdia de Olhão (SCMO). 

Esta situação foi denunciada pelo jornal Correio da Manhã, dizendo que Maria Reis e João Peixe Reis, de 69 e 72 anos, respetivamente, estavam a «dormir na rua, numa das esplanadas junto aos mercados da cidade ou num jardim na zona».

A Câmara de Olhão veio agora esclarecer o caso, dizendo que «os contactos feitos pela autarquia com a SCMO foram essenciais para que este caso tivesse uma rápida resolução».

«O casal, de 69 e 72 anos, que foi despejado da casa onde habitava, na cidade de Olhão, no dia 12 de Março, foi alojado, através da Segurança Social, numa unidade hoteleira de Vila Real de Santo António, onde permaneceu entre 13 e 18 de Março», explica a autarquia.

Segundo a Câmara, «durante este período, procuraram-se outras soluções para o casal de idosos, entre elas a integração numa estrutura residencial, que os mesmos recusaram, justificando que ainda se encontravam autónomos para desenvolverem as suas atividades diárias».

«Com esta recusa, e após os cinco dias que habitualmente a Segurança Social estipula para alojamento temporário até encontrar a melhor solução para pessoas em situação idêntica, Maria Julieta e João voltaram a Olhão, com o argumento de que o homem se dedica à apanha de marisco, atividade que exercia há muito, ainda quando residia no Ilhote do Côco, habitação que deixou na sequência das demolições levadas a cabo pela Sociedade Polis».

Maria Julieta e João Peixe Rei regressaram, então, a Olhão no dia 18 de Março, tendo sido acolhidos por uma pessoa amiga que lhes cedeu um quarto.

Já em Abril, no dia 2, o casal abandonou a «habitação por alegadas desavenças com o proprietário. Voltando à situação de sem abrigo, no dia seguinte, 3, os idosos voltaram a ser alojados pela Segurança Social em Vila Real de Santo António», garante a autarquia.

Tendo esta situação chegado ao conhecimento do Executivo do Município de Olhão, «rapidamente foram encetados contactos com a Santa Casa da Misericórdia, no próprio dia 2 de Abril, no sentido de se encontrar uma solução para este casal».

Segundo Elsa Pereira, vereadora com o pelouro da Ação Social, «sendo uma situação que muito nos transtorna, devido à escassez de habitação social e também no mercado de arrendamento, não conseguimos de imediato dar resposta a estes dois idosos».

Não obstante as dificuldades de habitação existentes, e não sendo da competência da autarquia resolver esta situação, foi, porém, mostrada disponibilidade imediata «para encetar contactos, apelando à colaboração da SCMO, para que fossem alojados por um período limitado de dias, até que seja encontrada uma solução de alojamento definitiva, seja na SCMO ou noutro espaço, porventura municipal».

No próprio dia 2 de Abril foi, então, feito este contacto do Município de Olhão com a SCMO. Os idosos acabaram por alojados, pela segunda vez, numa pensão em Vila Real de Santo António, de onde saíram esta segunda-feira, 8 de Abril.

«Nesse mesmo dia, tinham um quarto independente da SCMO à sua espera, onde vivem desde então», diz a autarquia. No total, «este casal esteve desalojado duas noites», garante a Câmara.

Em comunicado, o Município de Olhão agradece ainda a celeridade com que este caso foi tratado pela Segurança Social e pela SCMO, «no âmbito da Rede Social de Olhão que, mais uma vez, mostrou funcionar de forma exemplar», destaca o autarca olhanense António Miguel Pina.

Caso o casal manifeste interesse, poderá ficar inscrito na Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) da SCMO.

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