Bloco de Esquerda: Faltam profissionais de saúde em Lagoa e professores na Guia

Bloquistas endereçaram perguntas ao Governo

O Bloco de Esquerda está preocupado com a falta de profissionais de saúde no concelho de Lagoa e também com a falta de professores na Escola Básica 1,2,3 da Guia. O Grupo Parlamentar bloquista questionou o Governo sobre estas duas situações, em perguntas dirigidas ao Ministério da Saúde e ao Ministério da Educação.

Nas questões enviadas ao Ministério da Saúde, esta sexta-feira, o deputado João Vasconcelos «questiona se este irá providenciar a colocação, com urgência, de médicos, enfermeiros, técnicos de saúde e assistentes operacionais necessários no Centro de Saúde de Lagoa e nas suas respetivas Extensões de Saúde», nomeadamente na do Parchal, «que não dispõe de qualquer assistente operacional».

O deputado algarvio realça, no documento endereçado ao Governo, que «existe uma grande falta de recursos humanos, médicos, enfermeiros, assistentes técnicos e operacionais em todo o concelho, no Centro de Saúde e respetivas Extensões. Uma das situações muito grave tem a ver com a Extensão de Saúde do Parchal. A recolha de resíduos dos tratamentos e a higienização fazem-se às segundas e sextas-feiras de manhã, ficando assim um grande intervalo sem estes serviços básicos, proporcionando a degradação dos resíduos e a ocorrência de fortes odores, pelo facto de não existir qualquer assistente operacional no local».

Vasconcelos, que recentemente esteve reunido com o Coordenador da UCSP de Lagoa no Centro de Saúde, Paulo Simões, numa iniciativa da organização política local do partido, acrescenta que «a Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos do ACES do Barlavento Algarvio, com sede no Centro de Saúde de Lagoa, articulada com o Hospital de Portimão, é neste momento constituída apenas por uma enfermeira e dois médicos. Esta equipa tem o objetivo de acompanhar e tratar doentes acamados ao domicílio em todos os concelhos do Barlavento».

Segundo o bloquista, a equipa reivindica «mais pessoal médico e de enfermagem – pelo menos mais um médico e dois enfermeiros – para poder responder aos doentes ao domicílio, pois estes merecem ser tratados com dignidade para que tenham uma vida com o mínimo de sofrimento até aos seus últimos dias de vida. Queixam-se também da falta de acompanhamento psicológico devido às difíceis situações com que se deparam no seu dia a dia, o que lhes provoca um grande desgaste físico e psicológico».

Segundo o Bloco de Esquerda, no concelho de Lagoa, num universo de 23.589 utentes inscritos, 6282 não têm médico de família, o que corresponde a 26.63% de utentes sem médico de família.

Já sobre a falta de professores na Escola Básica 1, 2, 3 da Guia, que pertence ao Agrupamento de Escolas de Albufeira Poente, a pergunta foi dirigida ao Governo por João Vasconcelos e Joana Mortágua.

Os deputados «querem saber se existem outras situações de falta de professores noutras escolas e que diligências pondera o Ministério da Educação tomar neste caso para garantir que os alunos venham a ter as aulas correspondentes ao seu currículo».

De acordo com os bloquistas, faltam de professores nesta escola «designadamente em dois horários de Inglês (um completo e um incompleto) e um de Geografia (incompleto). Estes horários estão por preencher desde o início do ano letivo, o que tem levado várias turmas de 3º ciclo a estarem sem aulas desde Setembro».

O Bloco de Esquerda acrescenta que «embora a escola tenha tentado por várias vezes fazer este recrutamento, não tem tido sucesso, e os alunos continuam sem aulas».

Em nota enviada às redações, o partido «considera que o direito à educação destes alunos é gravemente afetado e a falta de professores tornou-se num dos problemas mais importantes do sistema educativo português».

Os parlamentares bloquistas querem também saber se Tiago Brandão Rodrigues, Ministério da Educação, prevê alguma forma de reforço curricular para compensar as aulas que não existiram.

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