A disputa pelo cargo do reitor da Universidade do Algarve será, afinal, feita a três. O Conselho Geral da Universidade do Algarve aprovou a candidatura de Paulo Águas, professor da Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da UAlg, que apresentou recurso da decisão tomada há cerca de duas semanas pela Comissão Eleitoral, que decidiu não o aceitar como candidato.
Na mesma reunião do Conselho Geral, que decorreu na segunda-feira, dia 23 de Outubro, foi, ainda, votado outro recurso, o do candidato Pedro Afonso Caetano, que não foi aceite. Desta forma, o cargo de reitor será disputado pelos três candidatos internos que apresentaram candidaturas: Efigénio Rebelo, Paulo Águas e Saúl de Jesus.
Segundo Vítor Neto, presidente do Conselho Geral da Universidade do Algarve e que também presidiu à comissão eleitoral, os autores do recurso já foram notificados. Após a reunião, Vítor Neto confirmou ao Sul Informação que um dos recursos tinha sido aprovado e o outro rejeitado, mas frisou que só poderia avançar com mais pormenores após os autores dos recursos terem sido informados da decisão. O recurso aceite, revelou, já depois de cumprido este trâmite, foi o de Paulo Águas.
Num primeiro momento, a candidatura do docente da UAlg não foi aceite pelo facto de o atual vice-reitor ser professor do subsistema politécnico, uma decisão baseada num parecer jurídico solicitado à Secretaria-Geral da Educação e Ciência.
O argumento apresentado por Paulo Águas para refutar esta decisão foi simples: o facto de ser professor da Universidade do Algarve. É que, no regulamento da eleição do reitor da UAlg, são considerados elegíveis «os professores e investigadores da Universidade do Algarve», bem como «os professores e investigadores de outras instituições, nacionais ou estrangeiras, de ensino universitário ou investigação».
O docente da ESGHT disse ao Sul Informação que também ele pediu um parecer jurídico para atestar a sua elegibilidade, que anexou ao seu recurso. Os seus argumentos terão sido fortes, tendo em conta que o documento acabou aprovado «por unanimidade».
Já a argumentação de Pedro Afonso Caetano não convenceu os membros do Conselho Geral, órgão da Universidade do Algarve composto por 35 elementos: 18 professores, seis alunos, um representante do pessoal não docente e dez personalidades externas à UAlg.
Esta candidatura não foi aceite pela Comissão Eleitoral, que considerou que este aspirante a reitor da UAlg não fez «prova inequívoca do seu vínculo como professor ou investigador de uma instituição nacional ou estrangeira, de ensino universitário ou investigação, em exercício efetivo de funções».
No recurso que apresentou, Pedro Caetano argumentou que trabalha, atualmente, num centro de Investigação e Desenvolvimento da Ipsen, uma empresa farmacêutica, em Oxford. E frisou o seu currículo, que inclui «oito graus académicos conferidos pelas melhores universidades do mundo, incluindo a Universidade de Harvard, nos EUA», bem como o seu «percurso académico e profissional de investigador pelas melhores universidades e instituições de investigação do mundo, da Alemanha a Singapura».
Segundo o que o nosso jornal apurou, para a rejeição terá pesado o facto de não ter ficado claro que o atual local de trabalho de Pedro Caetano seja um centro de cariz académico, antes empresarial, por não ter uma ligação oficial a qualquer Instituição de Ensino Superior, apesar de estar sediada em Oxford.
Concluída a fase de candidaturas e de apresentação de recursos, o processo de eleição do próximo reitor da UAlg segue com o período de publicitação das candidaturas, que começa no dia 30 de Outubro, a próxima segunda-feira, e dura até 10 de Novembro.
Nos dias 13 e 14 de Novembro, decorrerão as Audições Públicas aos diferentes candidatos, que acontecerão por ordem de entrada das propostas, segundo deliberação do Conselho Geral.
A primeira reunião deste órgão para eleição do reitor está marcada para 15 de Novembro. Caso se mostre necessário, os membros do Conselho Geral voltarão a reunir-se um dia depois, no dia 16, para a votação definitiva.
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