Anestesiologistas portugueses querem reduzir riscos em cirurgia de ambulatório nos idosos e obesos

Anestesiologistas portugueses, de mais de 20 unidades hospitalares nacionais acabam de elaborar uma proposta de “Recomendações para a abordagem anestésica […]

congresso de cirurgia ambulatóriaAnestesiologistas portugueses, de mais de 20 unidades hospitalares nacionais acabam de elaborar uma proposta de “Recomendações para a abordagem anestésica do doente idoso e obeso em cirurgia de ambulatório”. O objetivo é reduzir o risco de complicações, associados a estes dois grupos de doentes, durante a cirurgia e no pós-operatório.

O estudo será apresentado no IX Congresso Nacional de Cirurgia Ambulatória que vai decorrer em Portimão, entre 8 e 10 de maio, no Portimão Arena.

“Esta proposta, destinada a todos os profissionais de saúde envolvidos em programas de cirurgia de ambulatório, decorre do crescente aumento da população idosa e obesa em Portugal, que obriga a cuidados especiais, nomeadamente no que à anestesia diz respeito. É necessário uma avaliação pré-operatória rigorosa dos doentes e a seleção da técnica anestésica mais segura para cada doente”, explica Vicente Vieira, Anestesiologista e membro da direção da Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória (APCA).

E acrescenta: “O paciente obeso apresenta frequentemente outras patologias associadas, nomeadamente respiratórias, cardiovasculares e endócrino-metabólicas que exigem cuidados especiais. Por exemplo, estima-se que 70 a 80 por cento destes pacientes têm síndrome da apneia obstrutiva do sono e que esta ocorrência aumenta a probabilidade de complicações no pós-operatório”.

Nos idosos, “é necessária especial atenção ao histórico clínico de doenças cognitivas e é fundamental a avaliação e otimização clínica de um vasto número de outras patologias. Neste grupo o principal objetivo é promover o rápido regresso do idoso ao seu ambiente familiar, através de uma adequada profilaxia das náuseas e vómitos e de uma analgesia eficaz, uma vez que isso implica uma menor disfunção cognitiva e uma mais rápida reabilitação”, diz ainda Vicente Vieira.

A cirurgia de ambulatório representa atualmente 60 por cento de toda a cirurgia programada em Portugal, devido, em grande parte, à evidência científica de uma baixa taxa de complicações pós-operatórias com elevado índice de satisfação por parte dos utentes.

O trabalho em questão tem sido desenvolvido desde o início do último trimestre de 2015 e tem procurando estratégias comuns e consensuais na abordagem peri-operatória destes doentes.

Este grupo conta com o patrocínio científico de várias Sociedades Médicas, nomeadamente da Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória (APCA), do Clube de Anestesia Regional (CAR) e da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia (SPA).

O resultado preliminar da Recomendações foi apresentado no passado dia 11 de março, no Congresso da SPA que decorreu na Figueira da Foz e vai agora ser disponibilizado para consulta e discussão pelos restantes anestesiologistas do país nos sites destas Sociedades Científicas. Vai também ser apresentado em Portimão, no IX Congresso Nacional de Cirurgia Ambulatória.

A Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória (APCA) tem como principal objetivo defender, promover e protagonizar o processo de evolução da cirurgia de ambulatório no nosso País.

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