Céu de Março: Primavera a chegar e data da Páscoa definida pela lua

Em Março, chega a Primavera, a lua define a data da Páscoa, há dois eclipses, um solar, mas que só […]

Céu de MarçoEm Março, chega a Primavera, a lua define a data da Páscoa, há dois eclipses, um solar, mas que só pode ser observado no Oceano Pacífico, e outro lunar, que também não é visível em Portugal.

O quarto minguante marca o primeiro e o último dia deste mês de efemérides astronómicas.

Durante as primeiras madrugadas do mês, podemos ver como a Lua se irá deslocando da vizinhança de Marte, no dia 1, passando ao pé de Saturno e de Vénus, respetivamente, nas madrugadas de dia 2 e 7, até chegar junto a Mercúrio, no dia 8.

Tanto Vénus como Mercúrio apresentam-se como estrelas da manhã. No entanto, Mercúrio começa a aproximar-se cada vez mais da direção do Sol, deixando mesmo de ser visível por volta do meio do mês.

No dia 8, Júpiter encontrar-se-á em oposição, isto é, na direção diametralmente oposta à do Sol.

Esta é a altura do ano em que Júpiter está mais próximo de nós, apresentando-nos a sua face totalmente iluminada (fazendo com que nos pareça mais brilhante do que é habitual), sendo a melhor ocasião para observar este planeta junto com as suas luas.

Em contraponto, no dia 9 ,a Lua estará na direção do Sol, dando lugar à Lua Nova. Como, por esta altura, a Lua irá cruzar a órbita terrestre (o plano da eclíptica), e por estar muito próxima do seu perigeu (ponto da órbita mais próxima da Terra), ela conseguirá bloquear completamente o Sol ao longo de uma faixa que passa pelas ilhas da Sumatra e Bornéu, e por parte do Oceano Pacífico, dando assim lugar a um eclipse total do Sol visível nestas regiões.

Na noite de dia 14, véspera do quarto crescente, a Lua irá passar ao lado de Aldebarã, uma estrela gigante vermelha que associamos ao olho esquerdo da constelação do Touro, daí o seu nome em árabe.

Em consequência do movimento da Terra ao redor do Sol (e devido ao facto do eixo de rotação da terra não ser perpendicular ao plano da sua órbita), pelas das 4h30 da madrugada de dia 20, o hemisfério Norte passa a estar mais iluminado do que o Sul.

Assim, a partir deste instante, no hemisfério Norte, o Sol passa a ser visto acima do equador celeste, o que marca o arranque da Primavera neste hemisfério. Ou seja, ocorre nesse dia o equinócio da primavera.

Entre as noites de dia 20 e 22, podemos ver como a Lua passa da vizinhança de Régulo, o coração da constelação do Leão, até ao pé de Saturno.

Este mês, a Lua cheia dar-se-á no dia 23. Tal como terá sucedido aquando da Lua Nova, o Sol a Terra e a Lua estarão relativamente alinhados entre si, dando origem a um eclipse, que, neste caso, será Lunar.

Mas, como a Lua apenas irá atravessar a penumbra da Terra (parte da sombra em que o Sol é apenas parcialmente bloqueado), este eclipse será penumbral. Infelizmente este evento não será visível em Portugal, por ocorrer entre as 9 horas e meia e as duas da tarde (hora continental).

A primeira Lua Cheia da Primavera tem particular importância religiosa, pois a Páscoa ocorre no primeiro Domingo que lhe sucede (calhando este ano no dia 27 de Março).

Na Sexta-feira Santa (dia 25), a Lua atingirá o seu apogeu (ponto da órbita de maior afastamento do nosso planeta), situando-se a 400 mil quilómetros de distância de nós.

Por esta altura do mês, o nosso satélite natural estará junto à estrela Espiga da constelação da Virgem.

A Páscoa deste ano coincide com o último Domingo do mês de março. Assim, à uma hora dessa madrugada (meia noite na Região Autónoma dos Açores) entramos no horário de Verão, devendo adiantar nos nossos relógios 60 minutos.

Por volta da uma hora da madrugada de dia 29, voltamos a ver a Lua nascer entre Marte e Saturno.

Boas observações!

 

Legenda da imagem:
Céu a Sul pelas 6 horas da madrugada de dia 1. Além da Lua, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno, são visíveis algumas estrelas e constelações mais brilhantes desta parte do céu. Igualmente visíveis são as posições da Lua nas madrugadas dos dias 2, 7, 22 e 25 de Março.

Texto: Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

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