PCP: Maioria mostrou «insensibilidade» ao rejeitar proposta para promoção do figo-da-índia

O Grupo Parlamentar do PCP viu o projeto de resolução «Pela promoção da fileira do figo-da-índia» rejeitado pela maioria PSD/CDS, […]

Figos da Índia - D.R.O Grupo Parlamentar do PCP viu o projeto de resolução «Pela promoção da fileira do figo-da-índia» rejeitado pela maioria PSD/CDS, na Assembleia da República, esta quarta-feira.

A proposta sugeria que o Governo adoptasse «medidas de apoio e estímulo» à produção deste fruto e seus derivados, no sentido de criar uma cadeia de valor à volta desta cultura.

Um chumbo que, para os comunistas, revela «uma grande insensibilidade relativamente aos problemas dos produtores de figo-da-índia, bem como à necessidade de adotar medidas que contrariem o processo de desertificação e despovoamento que afeta as regiões do interior do país».

As caraterísticas edafoclimáticas do Algarve são muito favoráveis ao desenvolvimento da figueira-da-índia, mais conhecida na região como pita, já que esta é uma planta que floresce com o calor e desenvolve-se com relativa facilidade, mesmo em solos pouco férteis. É, também, muito resistente a secas, por se tratar de uma espécie de cacto.

«É uma cultura que pode dar um significativo contributo para a revitalização das áreas rurais do interior algarvio e para a dinamização das economias locais, combatendo o processo de despovoamento que as afeta, e permite ainda aos proprietários de terras incultas ou subaproveitadas obter um rendimento significativo e sustentável, além de estimular um conjunto de atividades económicas a montante e a jusante», considerou o Grupo Parlamentar do PCP, numa nota de imprensa enviada às redações.

Outra vantagem que os comunistas apontam a um maior desenvolvimento do setor produtivo desta cultura é o facto de a figueira-da-índia ter «um aproveitamento quase integral».

«As palmas são utilizadas para a alimentação do gado e para a produção de sumos, compotas, picles e conservas, ou ainda de corantes naturais ou espessantes. As palmas jovens (com 30 a 60 dias) podem ser usadas para consumo humano, frescos ou cozinhados, tal como as hortaliças. O figo-da-índia pode ser consumido como fruto fresco ou na forma de sumo, néctar ou polpa. Pode ainda ser utilizado para a produção de compotas, geleias, xaropes, adoçantes, produtos desidratados, vinhos, licores e mesmo vinagre ou ainda para a produção de corantes alimentares naturais. Da semente é extraído um óleo utilizado na indústria cosmética, podendo do processo de extração obter-se um subproduto para a alimentação animal. A flor é utilizada, depois de seca, para produção de infusões com diversos usos terapêuticos» enumeram.

Mas, acrescentam, há ainda «diversos fatores limitantes» ao desenvolvimento do setor, que passam pela «escassez de conhecimento técnicos dos métodos de produção e processamento e inexistência de serviços de apoio agrícola especializado» e a pouca divulgação que os produtos relacionados com esta planta têm, entre os portugueses, razão pela qual o PCP apresentou a proposta.

 

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