Ministro da Administração Interna demite-se por causa dos vistos gold

O ministro da Administração Interna Miguel Macedo anunciou este domingo, numa curta declaração feita às 19h30, a sua demissão do […]

Miguel MacedoO ministro da Administração Interna Miguel Macedo anunciou este domingo, numa curta declaração feita às 19h30, a sua demissão do Governo, na sequência das investigações às suspeitas de corrupção na atribuição de vistos gold.

O ministro disse que «pessoalmente nada tenho a ver» com os vistos gold. «Não sou responsável por nada do que está em causa nestas investigações», acrescentou Miguel Macedo.

No entanto, admitiu, «no plano político as circunstâncias são de natureza distinta». «O ministro da Administração Interna tem de ter sempre uma forte autoridade para o exercício pleno das suas responsabilidades. Essa autoridade ficou diminuída, pelo que tomei a decisão de apresentar ao primeiro-ministro a minha demissão, que foi hoje aceite».

Numa curta declaração de três minutos, feita aos jornalistas no Ministério da Administração Interna, Miguel Macedo justificou a sua saída com a defesa «da autoridade do Estado».

Segundo ele, apesar de ter apresentado a sua demissão ao primeiro-ministro Passos Coelho na quinta-feira, houve este compasso de espera de três dias por ter aceite «fazer a reponderação que generosamente foi pedida».

E o agora ex-ministro deixou um agradecimento a Passos Coelho, «pelo apoio que sempre me dispensou».

No início da sua declaração, Macedo tinha garantido o «respeito pela separação de poderes», sublinhando que «deve ser investigado o que tiver de ser investigado» e os responsáveis devem ser punidos.

O caso dos vistos gold rebentou na quinta-feira, quando, no âmbito da Operação Labirinto, foram detidas 11 pessoas foram detidas numa mega-operação da Polícia Judiciária, incluindo o diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, o presidente do Instituto de Registos e Notariado (IRN) e a secretária-geral do Ministério da Justiça.

O jornal «Público» sublinha que Miguel Macedo é amigo pessoal do presidente do IRN, António Figueiredo, que está detido, e foi sócio da sua filha, Ana Luísa Figueiredo, numa empresa de consultoria a empresas e autarquias, da qual se desvinculou quando entrou para o Governo.

Ana Luísa Figueiredo é sócia da empresa Golden Vista Europe, que está no centro das investigações da Operação Labirinto.

No mesmo dia das detenções, a Procuradoria-Geral da República informou que não havia nenhum governante envolvido nas investigações, batizadas como Operação Labirinto.

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