Monchique planta 1000 carvalhos para incentivar a conservação das florestas naturais

Mil carvalhos foram plantados hoje por voluntários, num terreno de cerca de cinco hectares, na zona da Fóia, no alto […]

plantação de carvalhos_1Mil carvalhos foram plantados hoje por voluntários, num terreno de cerca de cinco hectares, na zona da Fóia, no alto da Serra de Monchique, numa ação para «valorizar a floresta natural do concelho».

A espécie plantada é o Quercus canariensis Willd, vulgarmente chamada de Carvalho-de-Monchique, espécie que, em todo o país, apenas existe nesta serra.

Este carvalho formou, em tempos, a cobertura arbórea original da serra, sendo que atualmente a sua distribuição é muito mais reduzida, ocorrendo sobretudo através de árvores isoladas.

Tendo em conta que a serra de Monchique constitui o único local onde a espécie ocorre no país, «esta iniciativa reveste-se de particular importância, pois visa promover a importância da conservação das florestas naturais», salienta a Câmara de Monchique.

Na plantação, participaram cerca de 60 voluntários, através da associação “Flamingo” e do projeto GIRO, promovido pela GRACE, uma associação dedicada à promoção da responsabilidade social corporativa e que assume esta parceria com a Câmara Municipal de Monchique e da ASPAFLOBAL.

A atividade encerrou com a libertação de uma ave de rapina, que contou também com a presença do presidente da Câmara Rui André, para quem «este é um dia importante e que deve constituir um incentivo à valorização da nossa floresta».

O autarca salienta que, se outrora «a variedade marcou esta serra», hoje ela é «marcadamente uma monocultura», mas pode, «com o passar dos anos, merecer algumas correções, até porque se torna indispensável a criação de mosaicos de espécies que sejam capazes de valorizar a floresta e ao mesmo tempo proteger de fenómenos como os incêndios florestais».

plantação de carvalhos_2«Timidamente, vão sendo reconvertidos alguns hectares de eucaliptal em outras espécies, como o medronheiro, o que constitui também um valioso contributo para a defesa, mas também para a valorização da mão de obra e do saber-fazer associado aos produtos característicos, como seja a aguardente de medronho», concluiu Rui André.

Houve tempos em que plantar uma árvore era um prazer e foi nesse “ritual” que a Paisagem de Monchique se foi moldando às mãos do homem que tornam esta serra um local único e com uma variedade de espécies e habitats invulgares.

Com os fenómenos que se têm verificado e que acabam por influenciar diretamente esta riqueza, foram-se sobrepondo outros valores que não só o do prazer e do feliz convívio entre espécies, num equilíbrio tão necessário como de um valor incalculável.

Reflorestar a serra tornou-se então uma obrigação e uma oportunidade de corrigir algumas opções que tornaram o coberto vegetal e a floresta num monopólio de duas ou três espécies. Com destaque para o eucalipto, tão amado quanto detestado.

«É neste equilíbrio entre interesses e projetando o futuro que o Município assume a sua parte de responsabilidade na sensibilização de opções mais consentâneas com a variedade e riqueza da floresta autóctone que se deseja e que contribui uma valorização deste território».

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