Investigação da UE sobre cancro da mama procura alcançar tratamentos personalizados

Atualmente, na maior parte dos países desenvolvidos, uma em cada oito mulheres é suscetível de sofrer um cancro da mama […]

cancro da mamaAtualmente, na maior parte dos países desenvolvidos, uma em cada oito mulheres é suscetível de sofrer um cancro da mama durante a vida. Reforçar o apoio à deteção precoce, a tratamentos mais eficazes e a cuidados paliativos de melhor qualidade, é o objetivo do Mês de Sensibilização para o Cancro da Mama – em outubro.

Uma via promissora adotada por uma série de projetos de investigação financiados pela UE é a medicina personalizada – que adapta o tratamento às circunstâncias e condições específicas de cada doente.

O projeto TRANSBIG tem procurado ligar mais estreitamente os trabalho de laboratório aos tratamentos mediante a investigação translacional.

Fátima Cardoso, diretora científica do Centro Clínico Champalimaud, em Lisboa, afirma: «o TRANSBIG contribuiu para superar a fragmentação na investigação translacional sobre o cancro da mama, reforçando as relações entre investigadores europeus de primeiro plano nesse domínio. Além disso, conduziu ao lançamento bem sucedido do que é considerado um dos ensaios sobre o cancro da mama mais inovadores da Europa na última década».

Os resultados do ensaio, conhecido como MINDACT, estarão disponíveis em 2015. O ensaio está a investigar se a análise genómica pode ajudar os médicos a tomar melhores decisões sobre se a doente pode evitar quimioterapia após uma cirurgia a um cancro da mama.

Os ensaios clínicos demonstraram que a quimioterapia, embora eficaz, pode também provocar cancros secundários, lesões no coração, menopausa precoce e redução das funções cognitivas. Considera-se, também, que uma parte substancial das pacientes com cancro da mama numa fase inicial estão a ser sobretratadas, afirma Fátima Cardoso. MINDACT pode evitar a quimioterapia em 10 a 20% dos pacientes.

MINDACT inscreveu mais de 6600 mulheres em 9 países na investigação gerida pela Organização Europeia de Investigação e Tratamento do Cancro (EORTC) e desenvolvida em colaboração com o Grupo Internacional da Mama (BIG), coordenador de TRANSBIG.

«Centenas de milhares de mulheres podem beneficiar da transferência de descobertas de investigação para os tratamentos do cancro da mama que salvam vidas», afirmou a Comissária Europeia responsável pela Investigação, Inovação e Ciência, Máire Geoghegan-Quinn.

«A investigação no domínio do cancro tem sido uma prioridade para o financiamento da investigação da UE. Cerca de 1,4 mil milhões de euros foram consagrado à investigação translacional no domínio do cancro de 2007 a 2013. Vamos continuar essa tendência no âmbito do Programa-Quadro Horizonte 2020, acelerando a transferência de conhecimentos de base para o diagnóstico precoce e as estratégias preventivas e terapêuticas», acrescentou a Comissária.

cancro da mamaOutros projetos de investigação da UE sobre o cancro da mama são o EPIC, que analisou em que medida as alterações na dieta de uma pessoa podem evitar o cancro da mama.

Os projetos CareMore e CTCTRAP estão centrados na circulação das células tumorais e do ADN no sangue de uma paciente para orientar o diagnóstico precoce e os tratamentos das mulheres com cancro da mama metastático.

Por seu lado, o projeto ASSURE procura meios de ajustar o rastreio do cancro da mama às necessidades individuais de cada paciente e está a desenvolver alternativas à mamografia, que não é adequada para a deteção do cancro em mulheres com mama densa.

Outro projeto, RATHER, está a identificar novos tratamentos, juntamente com técnicas de diagnóstico personalizadas para as mulheres com cancro da mama triplo-negativo e lobular invasivo. Estes cancros são difíceis de tratar, não existindo atualmente terapias específicas para eles.

Por último, o projeto MERIT está a desenvolver uma forma de tratar o cancro da mama triplo-negativo mediante vacinas personalizadas de RNA específicas para cada doente.

O cancro da mama continua a ser o segundo cancro mais comum a nível mundial e mata mais mulheres do que qualquer outro tipo de cancro. Na UE, em 2012, um número recorde de 364 449 mulheres descobriu que sofriam da doença.

A UE investiu 160 milhões de euros em investigação no domínio do cancro da mama, de 2007 a 2013, e esse apoio prosseguiu através do Horizonte 2020, o novo programa-quadro de investigação e inovação para o período 2014-2020.

Em 1 de janeiro de 2014, a União Europeia lançou um novo programa de financiamento da investigação e da inovação denominado Horizonte 2020.

Nos próximos sete anos, quase 80 mil milhões de euros serão investidos em projetos de investigação e inovação destinados a apoiar a competitividade económica da Europa e a alargar as fronteiras do conhecimento humano.

O orçamento da UE para a investigação visa sobretudo melhorar as condições de vida dos cidadãos em domínios como a saúde, o ambiente, os transportes, a alimentação e a energia.

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