O céu de abril, mês em que Marte atinge o máximo de brilho dos próximos 26 meses

Ao longo do mês, Júpiter passa cada vez menos tempo no céu. No dia 1, o Sol põe-se por volta […]

Ao longo do mês, Júpiter passa cada vez menos tempo no céu. No dia 1, o Sol põe-se por volta das 20:00 e Júpiter põe-se por volta das 3:00, estando por isso visível durante cerca de 7 horas. No dia 30, o Sol já se põe perto das 20:30, mas Júpiter passa abaixo do horizonte à 1:30, estando por isso visível apenas 5 horas.

Mas Júpiter continuará a ser a “super-estrela” na constelação dos Gémeos, que, no dia 6, estará a apenas 5 graus da Lua. No dia seguinte, a Lua atinge o quarto crescente.

No entanto, o destaque deste mês é Marte. Dia 8, o planeta estará em oposição, isto é, estará alinhado com a Terra e o Sol, no Sistema Solar (ou do lado oposto ao Sol, no céu). Por isso, nessa noite, Marte atinge o máximo de brilho dos próximos 26 meses, aparecendo como uma “estrela alaranjada”, ligeiramente menos brilhante que Júpiter, na constelação da Virgem.

No dia 14, Marte estará a apenas 4 graus da Lua, com a Lua Cheia a ocorrer no dia seguinte.

No entanto, como a órbita de Marte é mais excêntrica que a da Terra, a distância entre os dois planetas durante a oposição não é sempre a mesma. Na última oposição, que ocorreu a 3 de Março de 2012, os dois planetas estiveram numa oposição afélica (de afélio, o ponto de maior afastamento do Sol), a cerca de 101 milhões de km. Desta vez, estarão a cerca de 92 milhões de km.

Ao contrário de Júpiter, Saturno passará cada vez mais tempo no céu, nascendo por volta das 23:00 no início de abril, mas já estará acima do horizonte perto das 21:00 no fim do mês. No dia 17, a Lua passará a apenas 5 graus do planeta dos anéis.

O céu, por volta da meia-noite e meia do dia 23 de abril. Ao lado da constelação da Lira está indicado o radiante da chuva de estrelas das Líridas. (Imagem: Stellarium/Ricardo Cardoso Reis)

Com o Sol a nascer cada vez mais cedo, Mercúrio vai novamente cruzar a nossa estrela, sendo difícil de se ver, mesmo antes do amanhecer, nas duas primeiras semanas de Abril, e deixando de se ver depois disso.

Na noite de 22 para 23, será o máximo da chuva de estrelas das Líridas. Esta chuva de meteoros, com radiante na constelação da Lira, é pouco intensa, com menos de 20 meteoros por hora esperados durante o máximo (em céus escuros). Mas as Líridas já tiveram picos intensos inesperados, com cerca de 100 meteoros por hora, por isso poderá valer a pena a observação.

Já Vénus varia pouco durante este mês, nascendo perto das 5:30 no dia 1, e por volta das 5 da manhã no dia 30. Vénus é a “hiper-estrela” que se pode ver cerca de duas horas antes de nascer o Sol. A Lua passará a 5 graus deste planeta no dia 26, e no dia 29, o nosso satélite estará em fase de Lua Nova.

Boas observações.

 

Autor: Ricardo Cardoso Reis (CAUP)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

Legendas das Figuras:

Figura 1 – O céu do dia 8 de abril, pelas 23:30, com Marte em oposição. Além do planeta vermelho, por volta desta hora aparece ainda o planeta Saturno.
(Imagem: Stellarium/Ricardo Cardoso Reis)

Figura 2 – O céu, por volta da meia-noite e meia do dia 23 de abril. Ao lado da constelação da Lira está indicado o radiante da chuva de estrelas das Líridas.
(Imagem: Stellarium/Ricardo Cardoso Reis)

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