Portimão terá unidade de apoio a doentes mentais no prazo de um ano

Portimão vai passar a contar com uma unidade sócio-ocupacional para apoiar pessoas com doenças do foro psiquiátrico, «no prazo máximo […]

Portimão vai passar a contar com uma unidade sócio-ocupacional para apoiar pessoas com doenças do foro psiquiátrico, «no prazo máximo de um ano». A unidade, que será gerida pela UNIR – Associação dos Doentes Mentais, Famílias e Amigos do Algarve colmatará uma lacuna existente no Barlavento algarvio, «onde não existe qualquer tipo de equipamento social para adultos com doença mental grave».

A associação e a Câmara de Portimão assinaram esta semana um protocolo para cedência de instalações camarárias, na Rua Poeta António Aleixo. O espaço cedido tem 600 metros quadrados.

Depois de devidamente adaptado, o espaço poderá receber diariamente 30 utente «que apresentem grau moderado ou reduzido de incapacidade, estabilização clínica e comportamentos não lesivos do relacionamento em grupo», além de dar «apoio indireto a mais 150 doentes desta região, recorrendo também ao regime de “outdoor” em infraestruturas da comunidade local, para atividades sócio-ocupacionais».

Após a assinatura do documento, a presidente da direção da UNIR Orlanda Trindade, sublinhou que o futuro equipamento «pretende suprir as carências apontadas nos diagnósticos sociais feitos nos concelhos de Aljezur, Vila do Bispo, Lagos, Monchique, Silves, Portimão e Lagoa, e terá como população-alvo os adultos com doença psiquiátrica grave estabilizada, tendencialmente crónica, que apresentem reduzida capacidade relacional e de integração social, frequentes dificuldades na estruturação das atividades de vida diária e na manutenção do espaço habitacional, bem como no exercício profissional».

«A unidade barlaventina da UNIR promoverá uma panóplia de serviços e intervenções, tendo em consideração o diagnóstico de cada cliente, de forma a elaborar um plano de desenvolvimento individual, constando dessas valências o apoio e monitorização nas atividades da vida diária, a facilitação na aquisição de terapêutica e controlo dos parâmetros vitais, um serviço gratuito de estomatologia/odontologia por clínica da especialidade, o acompanhamento de técnico às consultas de psiquiatria ou o apoio a grupos de autoajuda, incluindo familiares e cuidadores informais, além de outros serviços e intervenções», ilustrou a Câmara de Portimão, numa nota de imprensa.

A unidade «irá disponibilizar uma equipa multidisciplinar que incluirá psicólogo clínico, assistente social, técnico superior da área de reabilitação psicossocial e monitor, entre outros profissionais, que fomentarão atividades estritamente ocupacionais, socioculturais, de desenvolvimento pessoal e social, lúdico-terapêuticas e socialmente úteis».

Já a presidente da autarquia portimonense Isilda Gomes, «o bem-estar dos que se sentem excluídos da sociedade deve ser preocupação prioritária para todos nós», o que justifica o envolvimento da Câmara neste processo, «apesar das escassas verbas».

«No ano em que se assinalará o 40º aniversário da Revolução de Abril, só poderemos dizer que existe uma democracia efetiva quando atingirmos condições para não haver excluídos e todos formos iguais em direitos e deveres», acrescentou Isilda Gomes.

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