Doentes de Esclerose Múltipla terão consulta no Hospital de Portimão «logo que possível»

Pedro Nunes, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), garantiu, em declarações ao Sul Informação, que […]

Pedro Nunes, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), garantiu, em declarações ao Sul Informação, que «os doentes [de Esclerose Múltipla] do Barlavento terão, logo que possível, consulta em Portimão».

Para tal, acrescentou, «é necessário reorganizar a vida profissional dos Neurologistas de Faro e desmarcar consultas em Faro», salientando que o CHA «tentará assegurar a igualdade de acesso, qualquer que seja o local do Algarve onde o doente habita».

Contudo, disse ainda Pedro Nunes, «enquanto tal não for possível, o seguimento [dos doentes de Esclerose Múltipla] será assegurado pela Unidade de Faro, em sobrecarga com as marcações já existentes nessa Unidade».

O presidente do Conselho de Administração do CHA respondia, assim, às questões colocadas pelo Sul Informação, na sequência da denúncia feita pelo nosso jornal de que, após a saída de um dos dois médicos que assegurava o serviço de Neurologia no Hospital de Portimão, cerca de uma centena de doentes de Esclerose Múltipla ficaram agora sem acompanhamento para a sua doença crónica no Barlavento, sendo obrigados a deslocar-se para Faro.

Pedro Nunes disse também que «o Serviço de Neurologia do CHAlgarve [que engloba os hospitais de Faro e Portimão] tem 8 médicos no total, sendo que um destes profissionais se encontra permanentemente na Unidade de Portimão», situação que apenas acontece desde a saída da médica neurologista Edmeia Monteiro.

Esse Serviço de Neurologia «presta apoio a cerca de 260 doentes de esclerose múltipla: 100 doentes em Portimão e 160 doentes em Faro», acrescentou aquele responsável.

Quanto à saída da médica, Pedro Nunes, na sua resposta, confirmou que «a Drª Edmeia Monteiro pediu rescisão do contrato, o que até à data mais nenhum médico fez».

No que diz respeito às razões para a saída de uma médica que os doentes de Esclerose Múltipla dizem ter estado sempre disponível para os atender, mesmo fora das horas normais de expediente, o presidente do CA respondeu: «Terá que colocar essa questão à Drª Edmeia. O CHAlgarve, EPE, não exigiu nada, nem alterou nada ao seu esquema de funcionamento. Provavelmente ofereceram-lhe, no sector privado, melhores condições do que as que tinha no público. O Hospital público não consegue competir economicamente com o sector privado, apenas confiar no sentido ético e de responsabilidade dos seus profissionais».

A terminar a sua resposta às cinco questões colocadas pelo Sul Informação, Pedro Nunes colocou um post scriptum onde, mais uma vez, dirigiu críticas à classe médica, da qual, curiosamente, ele até já foi bastonário: «PS – O CHAlgarve chama a atenção para o facto da legislação portuguesa não permitir obrigar médicos a trabalhar onde eles não desejam ou pagar-lhes tudo quanto almejam».

Entretanto, esta noite, às 21h00, Pedro Nunes vai estar em Portimão para debater «O Estado da Saúde do Barlavento Algarvio», com Luís Batalau, ex-presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Barlavento (entretanto extinto e integrado no Centro Hospitalar do Algarve), com João Moura Reis, novo presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Algarve, e ainda Ulisses Brito, presidente do Conselho Distrital da Ordem dos Médicos.

O debate, promovido pela associação «Teia d’Ideias», terá lugar no Pequeno Auditório do TEMPO – Teatro Municipal de Portimão, com entrada livre.

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