Júlio Barroso: Sem variante, trânsito em Odiáxere será «ainda mais caótico»

«Com as portagens (que aqui são as mais caras) e sem a variante, o trânsito em Odiáxere será ainda mais […]

«Com as portagens (que aqui são as mais caras) e sem a variante, o trânsito em Odiáxere será ainda mais caótico, perigoso e um péssimo cartaz para um território que se pretende atrativo, competitivo, seguro, e de cómoda acessibilidade» disse Júlio Barroso, presidente da Câmara de Lagos, a propósito do cancelamento da construção de quatro das variantes à EN125.

O autarca socialista considera o abandono da obra da Variante de Odiáxere como «mais uma desconsideração e abandono por parte do governo relativamente a este Barlavento mais ocidental».

E concretiza: «Fomos os últimos receber a Via do Infante; esperámos de 1992 até 2003 – 11 anos, portanto, de discriminação em matéria de acessibilidade com óbvio reflexo no desenvolvimento e na economia das empresas, famílias e cidadãos. Era suposto não haver portagens. Depois era suposto só haver portagens após a requalificação da EN 125. Agora temos portagens e a requalificação da EN125 é uma miragem».

«O município de Lagos e as demais “Terras do Infante” (Aljezur e Vila do Bispo) vão continuar a sofrer o efeito da periferia: mais distante, mais cara, com acessibilidade mais incómoda e insegura. Em suma, mais uma vez esquecida e maltratada pelos governos de Lisboa que prometem com uma mão e tiram com as duas…», acrescenta Júlio Barroso.

Além disso, acrescenta o presidente da Câmara de Lagos, «dada a localização periférica deste território, porque praticamente tudo vem de fora, quem aqui vive é onerado com custos de transporte que aumentam com portagens, estradas engarrafadas e perigosas, geradoras de mais riscos e tempos de viagem (o que tudo é dinheiro)».

Por outro lado, sublinha, «o que cá se produz tem também custos acrescidos para competir nos mercados globais. A ausência de acessibilidades rápidas, cómodas, seguras e baratas constitui também um óbice aos fluxos de visitantes, fundamentais para dar trabalho à nossa actividade principal, o turismo. Acresce o descrédito, a desconfiança perante o estado e os governantes de uma forma geral que “ora tocam, ora repicam…”»

Por tudo isto, o edil de Lagos sublinha que «esta medida consubstancia mais uma desconsideração e abandono do Algarve e dos algarvios».

«A aparentemente boa medida de gestão não passa de um corte cego e inconsequente. Os cidadãos não compreenderão um Estado que só tem para dar estradas pagas ou inseguras», acrescenta.

«Se a Via do Infante já teve a redução de tráfego que teve, agora sem as isenções vai ficar às moscas. Se a EN125 era um símbolo de ineficácia, desconsideração pela vida das pessoas e das empresas, sem as variantes programadas, as melhorias da requalificação truncada serão muito insuficientes».

«Só se entende esta atitude na lógica do “empobrecimento geral” que este Governo PSD/CDS proclama aos quatro ventos», conclui o presidente da Câmara de Lagos.

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