Prejuízos de 10 milhões no Caldeirão continuam à espera de linha do Proder

Os prejuízos no tecido produtivo provocados pelo incêndio que assolou a Serra do Caldeirão em julho foram avaliados em cerca […]

Os prejuízos no tecido produtivo provocados pelo incêndio que assolou a Serra do Caldeirão em julho foram avaliados em cerca de 10 milhões de euros e deverá ser lançada uma linha de apoio, com fundos do Programa Proder, para a sua recuperação. Este apoio ainda não tem data para ser lançado, mas o presidente da Câmara de Tavira Jorge Botelho defende a sua urgência.

«Estamos a falar de árvores, colmeias, motores de rega, motocultivadores…tudo o que foi perdido e tem de ser recuperado. Estamos à espera que a linha Proder abra, para que os produtores que já preencheram as fichas de identificação de danos junto do Ministério da Agricultura possam candidatar-se e usufruir da comparticipação de 75 por cento», disse Jorge Botelho ao Sul Informação, à margem de uma visita de autarcas a zonas afetadas pelo fogo em Tavira, no sábado.

Quanto à data para lançamento da linha, para Jorge Botelho «era ontem». «O fogo queimou tudo, as vidas ficaram destruídas, grande parte delas muito abaladas nos próximos anos. Agora, é importante que aqueles que ainda têm força e vontade para investir poder contar com este apoio», ilustrou.

Apesar da elevada comparticipação, há um forte receio por parte das autarquias dos concelhos afetados que haja muitas vítimas dos incêndios que já não avancem para a recuperação dos seus bens, dada a sua idade avançada. Uma consequência da desertificação do interior e uma preocupação que tanto Jorge Botelho, como António Eusébio, presidente da Câmara de São Brás de Alportel, têm vindo a expressar.

Um fator que não deverá ser tão notório na linha Proder para estabilização pós-incêndio, que já foi aberta e cujo prazo de candidaturas acaba a 31 de outubro.

Aqui os apoios servirão para «retirar madeiras ardidas, estabilizar taludes e tentar impedir a inquinação das águas subterrâneas» e passará em grande medida pelas Zonas de Intervenção Florestal (ZIF), num trabalho que está a ser liderado pela Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão.

O nosso jornal tentou ao longo de mais de um mês obter informação junto do diretor regional de Agricultura sobre os prejuízos apurados no relatório produzido pelos serviços do Ministério da Agricultura, concluído desde final de agosto, e sobre os prazos para o lançamento de uma linha de apoio, mas este esclarecimento nunca foi dado por alegada falta de disponibilidade de Fernando Severino.

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