O «Allgarve» passou ao lado da larga maioria dos turistas que visitou a região algarvia em 2011, mas aqueles que assistiram a eventos do Programa de Animação Turística do Algarve gostaram do que viram e até repetiram a dose, em muitos casos.
O Turismo do Algarve encomendou um estudo de avaliação do programa ao Centro de Estatística Aplicada e Previsão (CEAP), da Universidade do Algarve, e publicou os resultados no seu site. Este documento revelou, entre outras coisas, que houve falhas na divulgação.
Contactado pelo Sul Informação, o presidente da Entidade Regional de Turismo do Algarve (ERTA) António Pina admitiu as falhas, mas considerou que estas podiam ter sido corrigidas, noutra conjuntura.
«É preciso ter cuidado com estas coisas, não se pode olhar só para uns indicadores e não para outros. Não se pode concluir deste estudo que foi dinheiro mal gasto», defendeu.
António Pina voltou a defender que «o Algarve tem de continuar a ter um programa de animação turística forte», apesar de admitir que «não há dinheiro». «O Turismo do Algarve perdeu este ano quatro milhões. Dois milhões foram cortados no Orçamento e também não vieram os dois milhões do programa Allgarve», resumiu.
Hoje é quase certo que o «Allgarve» não irá continuar nos mesmos moldes e muito menos com o financiamento que já teve noutros anos, mas há abertura para um novo modelo, garantiu o presidente da ERTA e até algumas garantias da tutela nesse sentido.
Ao mesmo tempo que a ERTA ultima conversações com as autarquias algarvias, no sentido de criar um plano de animação alternativo com base nos «bons eventos» que elas irão organizar, já chegou «a garantia do Turismo de Portugal que vai continuar a apoiar o Masters de Golfe e o Rally de Portugal, que decorre já este fim de semana».
«Também nos garantiram que iremos estar presentes numa Feira Internacional de Golfe e que o Turismo de Portugal irá utilizar os seus meios para divulgar o programa a ser criado com a prata da casa dentro e fora de portas», revelou o presidente da ERTA.
António Pina já tem bem definido aquilo que gostaria que fosse o plano de animação turística do Algarve em 2012. «A base seriam os eventos organizados pelas autarquias, aos quais se juntariam os eventos apoiados pelo Turismo de Portugal. A estes juntaríamos mais dois ou três grandes eventos, fora da época de verão», disse.
Os dois primeiros desígnios estão perto de ser uma realidade, mas arranjar verbas para os grandes eventos fora da época alta é que não será fácil, admitiu António Pina, e deverão depender de um investimento direto da tutela.
O nome Allgarve pode cair, na visão do presidente da ERTA, mas «é preciso é andar para a frente e criar um novo programa e não o vazio».
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