Comércio local de Tavira queixa-se da «quebra acentuada» das vendas ao deputado comunista Paulo Sá

A acentuada redução do poder de compra da generalidade da população, com as consequentes quebras acentuadas do volume de negócios […]

A acentuada redução do poder de compra da generalidade da população, com as consequentes quebras acentuadas do volume de negócios no pequeno comércio e a proliferação das grandes superfícies comerciais, em geral, e a abertura do Tavira Gran-Plaza, em particular, são alguns dos principais problemas sentidos pelos comerciantes de Tavira.

A constatação foi feita pelo deputado comunista algarvio Paulo Sá, que esta segunda-feira esteve naquela cidade para contactar diretamente com o comércio local.

Durante toda a manhã, a delegação do PCP contactou com os proprietários e trabalhadores de dezenas de pequenos estabelecimentos comerciais do centro da cidade de Tavira, registando «as suas justas preocupações com a difícil situação em que o setor se encontra».

Outros problemas referidos pelos comerciantes e trabalhadores têm a ver com a liberalização dos horários de funcionamento das grandes superfícies comerciais, desequilibrando a distribuição da procura de bens de consumo entre a grande distribuição – controlada por quatro grupos económicos – e o comércio tradicional, o aumento da carga fiscal e, no caso concreto do setor da restauração, o recente aumento da taxa de IVA para 23%, que muitos comerciantes optaram por não refletir nos preços para evitarem perder ainda mais clientes.

Os comerciantes queixaram-se ainda, segundo o deputado do PCP Paulo Sá, do estacionamento escasso, e ainda por cima pago, no centro da cidade, colocando os pequenos estabelecimentos em desvantagem competitiva com as grandes superfícies comerciais que oferecem estacionamento gratuito, bem como da crescente desertificação do centro histórico da cidade, onde o pequeno comércio tem a sua localização preferencial, devido, entre outros fatores, à transferência do mercado e da segurança social para a periferia, assim como a abertura da loja do cidadão no centro comercial Tavira Gran-Plaza, quando havia espaços com as características adequadas no centro da cidade.

Segundo o comércio local de Tavira, a cobrança de portagens na Via do Infante afastou turistas, principalmente espanhóis, enquanto alguns transportadores estão a refletir as portagens no preço das mercadorias.

Por outro lado, ainda de acordo com o deputado Paulo Sá, os comerciantes criticaram a proposta do Governo de alteração do regime jurídico do arrendamento urbano, que, a ser aprovado, levará ao brutal aumento de rendas em muitos estabelecimentos comerciais.

A delegação do PCP deu a conhecer aos comerciantes as propostas e as iniciativas políticas do PCP para a região algarvia e para o setor, salientando «a necessidade de uma rutura com as políticas de direita, agravadas com a assinatura do pacto de agressão com a troika, que conduzem o País à recessão profunda e à devastação do tecido económico nacional, afetando todos os setores de atividade e, em particular, o setor do comércio tradicional».

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