Deputados comunistas querem saber se Governo pretende ajudar Adega Cooperativa do Algarve a sair da «grave situação»

A «grave situação» da Única Adega Cooperativa do Algarve motivou uma série de perguntas enviadas pelos deputados comunistas Paulo Sá […]

Maquete das futuras instalações da Adega Única

A «grave situação» da Única Adega Cooperativa do Algarve motivou uma série de perguntas enviadas pelos deputados comunistas Paulo Sá e Agostinho Lopes à ministra da Agricultura.

Os parlamentares do PCP querem saber, entre outros aspetos, se o Governo pretende «adotar medidas de apoio» à adega Única, «permitindo-lhe superar os graves problemas que enfrenta» e quais as eventuais medidas.

Os deputados recordam que a Única – Adega Cooperativa do Algarve, que resultou da junção das adegas cooperativas de Lagoa e de Lagos, é a última adega cooperativa vinícola que resta na região algarvia, após o encerramento das Adegas de Tavira (1992) e de Portimão (1997).

Em 2009, recorda o deputado algarvio Paulo Sá, a Adega Cooperativa do Algarve chegou a ter um projeto aprovado no âmbito do PRODER para a construção de novas e modernas instalações no antigo Posto Agrário de Lagoa. «Contudo, devido à insuficiência de financiamento nacional este projeto nunca foi concretizado».

Numa recente visita à Única, sedeada em Lagoa, uma delegação do Partido Comunista Português pôde inteirar-se das graves dificuldades financeiras da Adega Cooperativa e constatar «o elevado grau de degradação das suas atuais instalações e a urgente necessidade de avultados investimentos na recuperação do espaço».

Em consequência dos graves problemas que afligem a Adega Cooperativa do Algarve, acrescentam os parlamentares, «a produção tem vindo a decrescer significativamente ao longo dos últimos anos: 2.000.000 de litros em 2009, 1.300.000 de litros em 2010 e apenas 600.000 litros previstos para 2011».

Ora, sublinham no requerimento enviado ao Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, «o eventual encerramento da Adega Cooperativa do Algarve, em consequência da grave situação em que esta cooperativa se encontra, constituiria um rude golpe para a vitivinicultura algarvia».

Os deputados comunistas começam por querer saber «qual a importância que o Governo atribui à atividade vitivinícola no Algarve?» e se «tem o Governo conhecimento dos graves problemas que a Única – Adega Cooperativa do Algarve enfrenta e que podem, inclusivamente, pôr em causa a sua sobrevivência num curto prazo».

Por outro lado, pretendem saber «que informação pode o Governo dar sobre a não concretização do projeto no âmbito do PRODER, apresentado pela Adega Cooperativa do Algarve, e que havia sido aprovado? Está o Governo disponível para permitir que este projeto seja retomado? Em que condições pode esse objetivo ser concretizado?».

A concluir, e depois de questionar sobre medidas concretas de apoio à Única, os deputados perguntam «que medidas, em geral, pretende o Governo adotar para proteger e incentivar a atividade vitivinícola na região algarvia?»

Os parlamentares recordam ainda, no seu requerimento, que «a atividade vitivinícola no Algarve tem grandes tradições que remontam ao séc. XIII ou mesmo a tempos mais recuados. De acordo com a Portaria n.º 207/80, de 26 de Abril, que reconheceu como denominação vinícola de origem a designação “Vinho do Algarve” e estabeleceu os limites da Região Demarcada do Algarve, “as peculiares características geográficas do Algarve, conferindo-lhe condições climáticas de tipo acentuadamente mediterrânico, a natureza dos solos onde a quase totalidade da vinha assenta, as castas tradicionais que se têm mantido nos povoamentos vitícolas, as condições de cultura e vinificação, constituem um conjunto de circunstâncias definidor de uma região vitivinícola bem diferenciada e produtora de vinhos típicos, individualizada no contexto vinícola nacional”.

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