Universidade do Algarve mostrou-se nos «promissores» mercados da China e Macau

São muitos e têm um forte interesse em qualificar-se, mesmo que isso signifique sair da China ou de Macau e […]

São muitos e têm um forte interesse em qualificar-se, mesmo que isso signifique sair da China ou de Macau e rumar a outro país. Nas duas últimas semanas, a Universidade do Algarve (UAlg) fez um périplo por este país asiático e pelo território autónomo, que foi administrado por Portugal até 1999, para mostrar a sua oferta formativa e produção científica a mercados que podem ser muito promissores, no que à captação de alunos estrangeiros diz respeito.

Durante a primeira semana desta visita ao Oriente, a delegação da UAlg participou na China Education Expo, tendo marcado presença em três feiras realizadas no âmbito deste evento, em Pequim, Xangai e Cantão. Esta “operação de charme” da universidade algarvia continuou em Macau, onde o enfoque foram as escolas secundárias e as instituições que lecionam em português e inglês.

«O balanço que fazemos da presença na China Education Expo é bastante positivo, já que nos permitiu contactar pela primeira vez com o público chinês. É um país com muita população e onde a taxa de candidatos ao Ensino Superior tem crescido, de ano para ano, até porque faz parte da cultura chinesa a aposta na educação. Também há cada vez mais quem procure formações avançadas, como mestrados e doutoramentos», resumiu André Botelheiro, coordenador do Gabinete de Comunicação da UAlg, um dos elementos da comitiva algarvia.

Segundo o porta-voz da universidade, embora o número de instituições de Ensino Superior esteja a crescer na China, «a oferta é ainda insuficiente face ao número de candidatos». Isto faz deste mercado «uma aposta estratégica da UAlg».

A China pode, assim, vir a ser um relevante mercado emissor de estudantes para a academia algarvia. «Neste momento, já temos estudantes chineses e já existe um protocolo e um trabalho feito com algum tempo, relativamente à Shangai Ocean University, uma importante instituição chinesa. As vagas para alunos chineses dos summer camps do Centro de Ciências do Mar do Algarve têm esgotado», ilustrou.

Ou seja, a UAlg «já está a dar passos» no sentido de trazer estudantes da China para o Algarve. «A nossa ideia é crescer ainda mais. Há capacidade para isso, há disponibilidade e há interesse,  nomeadamente pela língua portuguesa e pela oferta formativa que a UAlg tem em língua inglesa nos domínios do mar, da gestão, da economia, das ciências e do turismo», revelou.

A área das Ciências do Mar, onde a UAlg já granjeou «reconhecimento nacional e internacional, tanto do ponto de vista da formação, como da investigação», foi a principal bandeira nesta visita ao Oriente, nomeadamente o curso de Biologia Marinha lecionado em inglês.

«Fizemos muitos contactos com potenciais alunos, muitos dos quais mostravam um bom conhecimento de Portugal, das condições atuais do país, da estabilidade económica, da segurança e do nível de vida mais barato e acessível que noutros países da Europa. Sentimos muito interesse e muita curiosidade», disse André Botelheiro.

No fundo, tanto a Universidade do Algarve, como as demais Instituições de Ensino Superior portuguesas presentes nestes certames, perceberam que Portugal se está, «cada vez mais, a afirmar como um destino de qualidade» para quem quer estudar ou fazer investigação.

Aproveitando a sua ida ao Oriente, a delegação da UAlg seguiu, no dia 31 de Outubro, para Macau, onde se manterá até hoje, dia 3 de Novembro.

Recentemente, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) assinaram um protocolo com o Gabinete de Acesso ao Ensino Superior de Macau, «à semelhança do que já acontecia com o Brasil».

Isto significa que as notas do exame de acesso ao Ensino Superior de Macau passam a ser reconhecidas pelas universidades e politécnicos portugueses «como válidas para o concurso especial de estudantes internacionais», o que permitirá «facilitar e credibilizar todo o processo, tornando-o mais expedito».

No próximo ano, os candidatos de Macau «já poderão usar este mecanismo de ingresso».

«Estamos a divulgar a Universidade do Algarve junto de Escolas Secundárias, junto da escola portuguesa e de outras instituições que lecionam em português ou inglês. Muitos dos estudantes destes estabelecimentos saem para fora do território para estudar, alguns dos quais em Portugal», explicou André Botelheiro.

«Acreditamos que a nossa presença em Macau vai dar frutos, até porque existem laços de proximidade e de amizade entre os dois povos, que colocam Portugal como destino preferencial para os candidatos de Macau», acrescentou.

Um dos trunfos que a UAlg tem na manga é o facto de ter uma oferta formativa «complementar à que existe em Macau». «As universidades têm vindo a crescer, neste território, mas há áreas do saber que ainda não são cobertas, e a Universidade do Algarve tem-nas».

Neste périplo pela China e por Macau, os representantes da Universidade do Algarve também desenvolveram um  «trabalho muito importante» junto da Comunicação Social dos locais visitados. «Os jornais locais demonstraram interesse e fizeram notícias da presença da Universidade do Algarve. Esperamos, por essa via, chegar a um maior número de pessoas, para que conheçam esta oportunidade e informem os seus filhos. Na China e em Macau, a família está muito envolvida no processo de escolha da universidade», disse.

A ida da UAlg ao Oriente  insere-se numa aposta de internacionalização da instituição, que tem como principal “rosto” o  projeto “Algarve is our Campus – Study and Research in Algarve“, apoiado por Fundos da União Europeia, através do CRESC Algarve 2020.

Neste âmbito, a UAlg está a tomar uma série de medidas que visam a sua internacionalização e foram escolhidos mercados estratégicos, entre os quais se contam a China e Macau.

No primeiro caso, interessa à universidade algarvia a dimensão do país e a existência «de uma população jovem que deseja qualificar-se e ter acesso ao Ensino Superior».

«Para o ano, acreditamos que estaremos cá novamente. Este é um trabalho que demora o seu tempo, não podemos esperar que fique concluído numa só visita», rematou André Botelheiro.

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