São Brás de Alportel recua até 1914 e enche-se de fervorosos Republicanos

Por estes dias, «as costureiras de São Brás de Alportel, e são muitas, não têm mãos a medir», garante o […]

Por estes dias, «as costureiras de São Brás de Alportel, e são muitas, não têm mãos a medir», garante o presidente da Câmara de São Brás de Alportel Vítor Guerreiro. Afinal, faltam poucos dias para a recriação histórica São Braz d’Alportel 1914, que transportará esta vila algarvia cem anos para o passado, e há quem faça questão de se juntar à festa e sair à rua trajado à melhor maneira do início do século XX, nos dias 27 e 28 de Maio.

Dois anos depois do evento original, que ajudou São Brás de Alportel a encerrar as celebrações do centenário da criação do concelho, que foi um bastião Republicano no Algarve, a Câmara são-brasense recuperou a iniciativa «São Braz d’Alportel 1914 – Uma viagem no tempo», agora com uma vertente de animação cultural e turística mais vincada, mas sem perder a sua base, que visa a divulgação da história e património local.

«Depois do sucesso da recriação em 2015, como as pessoas gostaram tanto e algumas até investiram em fatos da época, decidimos que a iniciativa seria para repetir, ainda que de dois em dois anos. Acredito que esta segunda edição tenha um sucesso ainda maior, já que, há dois anos, houve muita gente que me disse que teve pena de não participar vestidos à época. Temos o envolvimento de toda a comunidade e tecido associativo», revelou ao Sul Informação Vítor Guerreiro.

A população e as associações do concelho, mas não só, serão elementos centrais da festa. Mais do que se vestirem a rigor, os são-brasenses são convidados a usufruir desta festa e do programa de animação que propõe, que inclui «peças de teatro, muita música e artes circenses», estas últimas garantidas por um grupo ligado ao Circo Cardinalli, que percorrerá as ruas de São Brás durante os dois dias de evento.

«Na música teremos desde a música tradicional portuguesa ao fado. Contaremos com a  presença da Celina da Piedade, do grupo Moçoilas e de grupos de jazz. Também termos um carrossel de época. E, claro, a gastronomia, com diversas tasquinhas, e o artesanato. Também teremos, como em 2015, várias casas abertas, para recriar quadros da época», contou.

A animação também será garantida por grupos vindos de Faro, como é o caso da Sociedade Recreativa Bordeirense, que irá «recriar uma manifestação de canteiros, dos antigos trabalhadores da pedreira, contra os impostos». Também convidado foi o Grupo Folclórico de Faro.

Este ano, a autarquia conta com o apoio do programa 365 Algarve, que financia a iniciativa em 50 por cento. «Este apoio é bastante bom, pois podemos apostar e investir um pouco mais, por termos esta comparticipação», ilustrou o presidente da Câmara de São Brás de Alportel

Recorde aqui a edição de 2015:

Aqueles que esperaram para ver, em 2015, tem agora nova oportunidade de participar ativamente na iniciativa. E tudo indica que há muita gente que, à segunda vez, vai mesmo aproveitar.

A Câmara de São Brás de Alportel deu o seu contributo, através da publicação de um folheto onde recorda como se vestiam os são-brasenses em 1914. Informação baseada em anos de trabalho do Museu do Traje, situado nesta vila algarvia, a quem muitos têm recorrido, para garantir que os fatos que utilizarão são fiéis à história. «As pessoas têm-nos pedido os modelos das roupas. Algumas recorreram ao Museu, para pedir opiniões e tirar esta ou aquela dúvida», explicou o edil de São Brás.

Até porque há muita gente que ainda tem, lá por casa, roupa daquela época. «Houve quem viesse ter comigo e me dissesse que tinha pena de não se ter trajado a rigor, pois até tinha lá em casa um vestido que pertencia à avó ou a um antepassado. Agora, está toda a gente entusiasmada e a tentar arranjar roupa para poder participar», contou.

«Convido todos a vir, se puderem vestidos à época. Julgo que teremos auqi uma grande festa. O centro histórico estará todo embelezado e acho que valerá a pena», desafiou Vitor Guerreiro.

Para já, não há fatos disponíveis para alugar, para aqueles que decidirem juntar-se à festa à última hora, mas o edil são-brasense garantiu que essa questão já está a ser pensada, em conjunto com o Museu do Traje, membro da comissão organizadora deste evento, e que deverá ser acautelada em edições vindouras do «São Braz d’Alportel 1914 – Uma viagem no tempo», que vão acontecer a cada dois anos.

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