Sorrisos, abraços e algumas lágrimas na receção de Pechão a Ana Cabecinha

Sorrisos rasgados, muitos abraços e beijinhos, ramos de flores, um bolo e champanhe, mas também algumas lágrimas de emoção, marcaram […]

Ana Cabecinha recebida em festa no Pechão_1Sorrisos rasgados, muitos abraços e beijinhos, ramos de flores, um bolo e champanhe, mas também algumas lágrimas de emoção, marcaram a receção de Ana Cabecinha na sede do Clube Oriental de Pechão, esta quarta-feira.

A marchadora algarvia e o seu treinador Paulo Murta foram recebidos por dezenas de pessoas nesta aldeia olhanense, a terra que a viu crescer como atleta, no regresso a casa após os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, onde conseguiu um excelente 6º lugar na prova de 20 quilómetros marcha, a melhor classificação de sempre de Portugal nesta modalidade. 

Um acolhimento que a atleta não duvidava que iria ter «independentemente do resultado», dado o apoio, que foi seguindo «pelas redes sociais».  A força que chegava de Pechão acabou por ser mais um incentivo na hora de enfrentar as dificuldades que surgiram num longo caminho que terminou com o cruzar da meta, no Rio2106.

Ana Cabecinha recebida em festa no Pechão_2«Acreditem que a vossa força e energia chegou lá. Foi muito importante todo o apoio que me foi transmitido antes da competição», assegurou Ana Cabecinha, dirigindo-se às muitas pessoas que fizeram questão de estar presentes para a receber «e a muitos outros, que eu sei que só não estão cá porque estão a trabalhar».

«Senti que tinha de dar tudo, não só por mim e pelo trabalho que fiz nestes quatro anos, mas por todos os que estavam aqui e se esforçaram para estar aqui a assistir à minha competição, num dia de semana. É por eles que este 6º lugar faz sentido», assegurou a atleta ao Sul Informação, à margem da sessão.

«Já não estava habituada a ter um ano tão complicado, com altos e baixos, como este último que passou. Estava habituada a anos regulares e a acabar em grande. 2016 não foi assim, foi um ano muito difícil. Tive acidentes pelo caminho», recordou a atleta algarvia.

Esta maré de dificuldades seguiu Ana Cabecinha até aos Jogos Olímpicos. «Não consegui aquecer para a prova. Tinha uma dor horrível nas costas e só chorava e chorava, foi muito complicado. Mas nunca me passou pela cabeça não competir. Felizmente, tudo correu bem. Ainda não foi desta vez [que trouxe uma medalha], mas sinto que lutei por isso. Mais ano, menos ano, sei que a medalha há-de aparecer, pois já mereço», disse a atleta do Oriental do Pechão, por entre lágrima de emoção e com a voz embargada.

«Nunca ponderei não estar na linha de partida, muito menos não cruzar a linha da meta. Fosse como fosse, tinha de cruzar a meta», reforçou.

«Durante a prova, fui lutando, fui-me sentindo feliz por estar ali e, então, desfrutei da competição. É isso que o meu treinador me diz, sempre que parto para a câmara de chamada: o fundamental é que tu te divirtas, que não o faças como uma obrigação. Foi isso que fiz e foi uma alegria ter terminado no 6º lugar», contou.

«Dedico este resultado à minha família e ao meu treinador Paulo Murta, que são os meus  pilares, ao meu clube, às gentes da minha terra e à minha mãe, que infelizmente já não está connosco há cinco anos. É por ela que continuo a lutar todos os dias, porque lhe fiz uma promessa que quero cumprir», acrescentou Ana Cabecinha.

Os próximos Jogos Olímpicos disputam-se em Tóquio, em 2020, e Ana Cabecinha conta lá estar. Atualmente com 32 anos, a atleta confia nas suas capacidades para chegar às próximas olimpíadas num nível elevado, «com mais experiência ainda», de modo a lutar pela medalha que vem perseguindo desde 2008.

 

Veja as fotos da receção a Ana Cabecinha:

Fotos: Hugo Rodrigues|Sul Informação

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