Motards de todo o mundo animam Faro até domingo

Por estes dias, em Faro e um pouco por todo o Algarve, não restam dúvidas, mesmo para os mais distraídos: […]

Por estes dias, em Faro e um pouco por todo o Algarve, não restam dúvidas, mesmo para os mais distraídos: a Concentração Internacional de Motos do Motoclube de Faro está de volta e, com ela, os milhares de visitantes e máquinas de duas (ou mais) rodas que trazem para ajudar a fazer a festa. De hoje, quinta-feira, até domingo, o Vale das Almas, junto ao Aeroporto de Faro, volta a ser o centro nevrálgico de uma festa que se quer que seja também da cidade e da região.

O Motoclube de Faro voltou a apostar num modelo em tudo semelhante aos de outros anos, embora tenha “metido uma a baixo” no orçamento da festa. A crise está aí e as expetativas não são as de outros anos. «Estamos a contar com cerca de 15 mil inscrições, mas temos as coisas preparadas para acolher mais pessoas. Esperemos que venham mais», considerou o presidente da associação farense José Amaro.

O presidente do Motoclube de Faro foi o convidado do Sul Informação e da Rádio universitária do Algarve no programa radiofónico Impressões de ontem e fez uma antevisão daquilo que se espera da 32ª edição desta festa, um dos eventos que mais gente atrai a nível regional e uma das maiores concentrações motards da Europa. A conversa pode voltar a ser ouvida na íntegra no sábado, às 12 horas, em 102.7 FM ou no site da RUA.

O cartaz musical fez uma forte aposta na música ibérica e do Reino Unido, algo que não será de estranhar, pois a larga maioria dos visitantes são portugueses, espanhóis e britânicos, com os visitantes do país vizinho em maioria.

Portugal estará representado por «Xutos e Pontapés», «Os Corvos» e «Custom Circus – Le cabaret Rock».«Saxon» (Reino Unido) e as bandas espanholas «Lujuria», e «Saratoga» completam o cartaz do palco principal. A estas «juntam-se mais quatro bandas boas bandas na tenda Oásis», entre as quais algumas algarvias.

Os «Custom Circus», além de atura no Vale das Almas, também vão protagonizar um espetáculo na Doca de Faro, no sábado, às 22 horas. «Será um bom espetáculo, um bom musical, diferente do que as pessoas estão habituadas», revelou José Amaro.

Este esforço de relacionamento com a cidade e com a população local já vem de há muitos anos, mas em 2013 será aprofundado. Além da repetição de um dos concertos da Concentração na Baixa da capital algarvia, a organização do evento decidiu mudar a «Feira dos Sonhos» para o seu local original, onde pode ser visitado por todos, mesmo os que não tenham bilhete para a concentração.

Neste mercado pode-se comprar os mais variados produtos, muitos ligados à cultura motard, mas também acessórios e bijuteria.

Também se vão manter os dois autocarros que circulam entre a cidade, o Vale das Almas e a Praia de Faro, destinados aos participantes na concentração.

 

Contenção para evitar prejuízo

Já lá vão os tempos em que havia 25 a 30 mil inscrições na Concentração Motard de Faro e a organização optou por baixar o orçamento da festa, «naquilo que foi possível, para não perder na qualidade». O cartaz é um exemplo, mas houve «outras pequenas medidas» que permitiram diminuir o investimento global.

Apesar de haver uma sensação generalizada que esta é uma festa que dá sempre (muito) lucro, não é bem assim. «No ano passado tivemos um grande prejuízo», revelou José Amaro. Algo que teve a ver com a crise, que levou a que viessem menos pessoas que o esperado, mas também com a falta de apoios.

«Ao contrário do que as pessoas pensam, temos poucos apoios. O grande apoio que temos é o do voluntariado na concentração, em que o pessoal trabalha de borla. No ano passado não tivemos nenhum apoio. Este ano teremos de duas entidades», contou.

O Turismo do Algarve irá contribuir «com dez mil euros» e a Câmara de Faro assumiu o custo de um dos dois autocarros que irão circular entre a cidade e a concentração, custo que antes era assumido exclusivamente pelo Motoclube de Faro.

José Amaro lançou ainda fortes críticas à falta de apoio da parte de alguns comerciantes, nomeadamente as lojas do Fórum Algarve, um dos pontos onde estes autocarros param. «Fizemos uma aproximação a todas as lojas, a pedir um apoio de cem euros a cada, que é uma verba irrisória. Até agora, apenas o McDonalds aceitou apoiar, apesar do muito benefício que a concentração traz a todas as lojas», disse.

 

Motoclube insiste na abolição de portagens

A Estradas de Portugal anunciou que irá dar apoio na fronteira aos muitos visitantes que se espera que entrem na região pela Ponte Internacional do Guadiana, nomeadamente no que toca à compra de títulos para utilizar a Via do Infante.

Uma medida que não sensibiliza muito o Motoclube de Faro, que vê como única solução realmente benéfica a abolição «da aberração que são as portagens» naquela ex-Scut. «Sempre dá uma ajudinha, mas é tapar o sol com uma peneira.  O ajudar o Algarve era retirar as portagens na Via do Infante»,  considerou.

José Amaro estranhou, por outro lado, que «em ano de eleições autárquicas, não haja candidatos que se insurjam com força» contra as portagens na A22.

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