Faro Avenida Business Center, o negócio que começou do zero, mas já pensa na expansão

Negócio foi fundado em 2014, altura em que o coworking e espaços flexíveis ainda eram «uma novidade» em Portugal

Inês Barra fundou o Faro Avenida Business Center em 2014 – Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

Em 2014, quando Inês Barra inaugurou, em Faro, o primeiro espaço que alia escritórios físicos e virtuais a espaços de coworking, o conceito estava ainda a dar os primeiros passos em Portugal. Mas, em quase 10 anos, de «uma novidade» passou para a solução de muitos trabalhadores por conta própria e até de empresas que, não querendo ter um espaço físico permanente, recorrem a estas alternativas.

«Os primeiros dois anos foram duros. Muitas pessoas nem sabiam o que era cowork e, para as empresas, era indispensável terem um escritório. Hoje em dia, vê-se muito o contrário, e a pandemia veio acentuar ainda mais esta realidade. As pessoas não querem estar comprometidas e isto dá-lhes uma grande liberdade».

Nas palavras de Inês Barra, o que distingue o Faro Avenida Business Center é, acima de tudo, «a diversidade de alternativas», e, essencialmente, a «flexibilidade».

Apesar de, em 2014, ser já um conceito em voga a nível internacional, nem isso a ajudou nos primeiros tempos, através da procura por parte de estrangeiros, dado que, como diz, «nessa altura, Faro não era uma cidade turísticas», algo que também tem vindo a mudar.

Foram precisos cerca de três anos para que o negócio se consolidasse, mas, hoje, Inês Barra já pensa na expansão.

Durante uma visita ao Faro Avenida, localizado na Avenida 5 de Outubro, a empresária algarvia apresentou ao Sul Informação os 25 escritórios privados, as três salas de formações e reuniões e ainda o espaço de cowork.

Decorria, nessa altura, uma das muitas formações já agendadas para o mês, com cerca de duas dezenas de participantes.

«A altura antes do Verão é muito concorrida para formações, que vão desde a área da segurança ao turismo. Há empresas, e até entidades públicas, que nos procuram desde o início para este tipo de serviços», conta.

São 1200 metros de área, distribuídos por dois pisos, por onde todos os dias passam entre 80 a 100 pessoas. No Faro Avenida Business Center, trabalham advogados, contabilistas, psicólogos, designers e muitos mais.

 

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

«A diversidade é também muito boa porque dá a estes profissionais a possibilidade de entreajuda. Nós temos até pacotes feitos para pessoas que, por exemplo, recorram aos nossos serviços para constituir empresas. É uma opção muito solicitada por estrangeiros, através da qual nós lhes fornecemos todos os serviços num só espaço (advogado, contabilistas, alguém que faça o site, etc)».

E se, há uns anos, os clientes eram maioritariamente portugueses, hoje em dia, a procura é também por parte de estrangeiros «que veem cada vez mais a cidade de Faro como um destino para se instalarem».

Quanto ao espaço, já foi restruturado várias vezes, dado que o objetivo é que «se vá adaptando à procura».

«As salas para os psicólogos ou terapias, por exemplo, na altura, quando abri, não eram procuradas. Não se falava nisso e agora temos duas salas para esse tipo de serviço», exemplifica a empresária, reforçando que, com a pandemia, a procura tornou-se ainda mais acentuada.

Mas, afinal, como funcionam, em termos práticos, os serviços do Faro Avenida?

«As pessoas marcam, por telefone, e-mail, ou mesmo ao balcão, o número de horas e dias em que querem o espaço. Depois, é tudo muito fácil. Há clientes que nós nunca vimos, por exemplo, no caso dos escritórios virtuais, porque tratamos de tudo via digital. Para nós, a palavra central é a flexibilidade, portanto, a pessoa, de acordo com o que mais lhe convém, paga à hora, ao mês ou ao ano».

 

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

Quem tem contrato pode ainda usufruir do espaço 24 horas, apesar de a receção só funcionar das 9h00 às 18h00.

«Cada escritório tem o seu sistema de segurança e alarme próprio para que as pessoas possam entrar quando querem. Os espaços gerais, como casa de banho e cozinha, estão sempre disponíveis», explica ainda Inês Barra.

Quase 10 anos depois de ter criado o negócio, a empresária algarvia faz um balanço muito positivo de todo o trabalho que tem vindo a desenvolver e frisa até que «superou as expectativas».

«Hoje já há vários espaços a oferecer este tipo de serviço, mas penso que, com esta diversidade e flexibilidade, não há nenhum por cá, por isso, continuamos a ser únicos e pioneiros nesse sentido».

Ainda assim, Inês Barra frisa que o país tem muito espaço para evoluir nesta área.

«Em Portugal, não existe nenhuma associação de espaços flexíveis, mas em Espanha há uma grande associação, que é muito forte na Europa, a Pro Workspaces, da qual eu faço parte. Sou a única portuguesa a fazer parte da direção dessa associação, com a qual aprendo muito, porque eles estão muito à frente», remata.

Em relação ao futuro, a empresária confessa que o próximo passo é a expansão, talvez novamente em Faro.

 

Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação

 

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