Pároco de Tavira apela à ajuda de todos para restaurar as igrejas da cidade

Igreja de São Paulo e Capela de São Braz são as que necessitam de intervenções mais urgentes

Padre Miguel Neto – Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

Igrejas onde chove no interior, telhados a cair, peças a precisar de serem restauradas e exteriores a necessitar de arranjo urgente: este é o estado de grande parte das igrejas da Paróquia de Tavira, que leva agora o padre responsável a apelar à ajuda de todos para resolver o problema.

Depois de algumas obras de manutenção nas igrejas de Santiago, Santa Maria e na Capela da Consolação, que incluíram limpeza de canais e algerozes, retirada de ervas daninhas, reparação dos telhados, madeiras, telhas e fendas, é agora necessário repor o dinheiro gasto nesses trabalhos para que se consiga avançar com novos investimentos para as restantes igrejas necessitadas (nomeadamente a Igreja de São Paulo e a Capela de São Braz).

No caso da Igreja de Santa Maria do Castelo, propriedade do Estado, estão agora a ser realizados restauros maiores, com apoio financeiro do Município, através de fundos europeus, mas o padre Miguel Lopes Neto, pároco de Tavira, realça que «toda a ajuda é necessária para que seja possível continuar a conservar o património histórico e religioso» da cidade. Para mais, Tavira é conhecida como «a Roma do Algarve», tal é o número de igrejas e capelas existentes na cidade.

«Se cada paroquiano, já não vou pelos habitantes, contribuísse com 10 euros, já dava para nós conseguirmos realizar mais algumas tarefas necessárias como as que estão a ser feitas aqui», disse ao Sul Informação.

 

Igreja de Santa Maria do Castelo pertence ao Estado e está agora a ser restaurada. Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

«O custo da mão de obra é caro, é tudo dispendioso e é importante também que haja um envolvimento da população, sobretudo da população de Tavira, que muitas vezes é opinativa sobre o seu património e sua conservação. Eu quero pedir essa oportunidade às pessoas, de elas próprias contribuírem para manter o património que é da responsabilidade das paróquias», continua o sacerdote, realçando que a ajuda é ainda mais necessária numa altura em que as visitas turísticas diminuem.

Sim, é que, na Paróquia de Tavira, sobrevive-se não só do montante angariado nos ofertórios e das doações que as pessoas fazem nos batizados e casamentos, mas também dos fundos angariados pela loja Artgilão, onde se vende artigos tradicionais e merchandising aos turistas e visitantes.

«A Artgilão foi criada em 2017, essencialmente com o objetivo de angariar fundos para a manutenção e restauro das igrejas – e a ajuda tem, de facto, sido muita, para aquilo que temos conseguido fazer, mas não chega», afirma o padre Miguel Neto, referindo que, com a pandemia, as receitas do turismo diminuíram muito e a recuperação ocorrida no Verão passado não chega para todas as obras necessárias.

«Chegou para que, agora, com estas chuvadas grandes, conseguíssemos salvaguardar as estruturas, mas há outras igrejas a necessitar de intervenção urgente».

 

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

Pároco em Tavira desde 2016, diretor da Pastoral do Turismo Portugal e também responsável pela equipa da Pastoral Diocesana do Turismo, o padre Miguel Neto tem tido um grande papel na ligação da religião ao turismo no Algarve e, em especial, em Tavira.

Em complemento ao projeto Artgilão, a paróquia irá agora colocar em prática uma iniciativa de visitas guiadas a todas as igrejas, juntamento com a Santa Casa da Misericórdia de Tavira.

«É uma forma de rentabilizar o que temos e também mostrar às pessoas o estado em que o património está», disse Miguel Neto.

Diogo Sousa, voluntário na Artgilão desde Julho, será um dos responsáveis por essas visitas guiadas e entende que o projeto será «uma mais valia, não só para a paróquia, como para os munícipes e turistas».

 

Diogo Sousa, formado em História e Património, e voluntário na Artgilão. Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

«Muitas vezes, os próprios habitantes gostam do património e da história, mas não têm conhecimentos exatos sobre o local onde vivem e a Artgilão ajuda nesse sentido também: a levar as pessoas ao património e à cultura».

Na Igreja de Santa Maria do Castelo, apesar de estarem a ser realizados grandes trabalhos de restauro, as portas continuam abertas para que a população e turistas consigam também «assistir ao que está a ser feito», continua Diogo Sousa.

Até que estes projetos não consigam arranjar o montante necessário, o padre Miguel Lopes Neto apela à ajuda de todos, através da aquisição de produtos da Artgilão ou de donativo direto para o IBAN da paróquia (PT50001800034607887902078 ).

 


Dados bancários completos
IBAN:  PT50001800034607887902078
BIC/SWIFT TOTAPTPL
Banco Santander Totta S.A.
Titular da conta: Fab Igreja P Stª Maria Castelo

 

Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação

 

 

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