Lar de Idosos da Tôr cria 25 postos de trabalho no interior de Loulé

O passado sábado, dia 19 de maio, foi dia de festa para a comunidade da Tôr, freguesia do barrocal algarvio, […]

O passado sábado, dia 19 de maio, foi dia de festa para a comunidade da Tôr, freguesia do barrocal algarvio, com o lançamento da primeira pedra do Lar de Idosos e Serviço de Apoio Domiciliário da Tôr, obra promovida pela Associação Social e Cultural da Tôr.

Numa população marcada pelo envelhecimento e pela desertificação, este equipamento que nasce no âmbito de uma candidatura ao Programa Operacional do Potencial Humano constitui uma mais-valia ao nível das respostas socais locais.

Implantado numa área total de construção de 2415 m2, o edifício será constituído por três pisos e um pátio com função de praça/convívio.

O Lar terá 19 quartos simples e 19 quartos duplos, com a capacidade total de 57 utentes. Na componente de apoio domiciliário, destina-se a 40 novos utentes, assegurando-se assim a permanência dos idosos na sua residência, com o devido suporte técnico e institucional.

No total, o equipamento dará resposta a 97 utentes e vai criar 25 novos postos de trabalho.

Depois de equipado, o investimento total ascenderá a 1.800.000,00 euros, os quais serão suportados em 60% pela Segurança Social, 30% pela Câmara Municipal de Loulé (também responsável no apoio à aquisição do terreno, elaboração dos projetos e candidatura ao programa de financiamento) e 10% por fundos da própria Associação. A Junta de Freguesia da Tôr, por seu turno, fará a construção de arruamentos e arranjos paisagísticos envolventes.

Para Jorge Renda, presidente da Associação Social e Cultural da Tôr, esta obra constituiu, desde sempre, um objetivo para a Associação. “A aldeia da Tôr, situada no centro geográfico do Algarve, em pleno barrocal algarvio, apresenta características de localização excelentes para acolher um lar de idosos de grande dimensão. A proximidade com a serra e as boas acessibilidades aos centros urbanos de Loulé e Faro, nomeadamente ao futuro Hospital Distrital, reforçam a vantagem competitiva da nossa terra. Este investimento no interior do Concelho de Loulé é de inquestionável importância para o desenvolvimento da região, para a criação de emprego, para a fixação populacional e, em especial, para as famílias e seus idosos. Trata-se de um equipamento social de excelência para a prestação de apoio social, de cuidados de saúde e para o desenvolvimento de atividades adequadas à promoção da qualidade de vida dos idosos, preservando e fortalecendo os laços familiares”, referiu.

Com 20 anos de existência, esta Associação construiu e dinamizou o centro comunitário, teve em funcionamento um minilar durante oito anos e consolidou a sua posição apoiada na celebração de protocolos com várias organizações de carácter social, económico e académico.

Atualmente, com 25 funcionários, tem em funcionamento duas valências sociais: serviço de apoio domiciliário, com 33 utentes, com qualidade certificada, em conformidade com a norma ISO 9001, e a valência de centro comunitário para 80 utentes, que se distribuiu pelo espaço de apoio à primeira infância (20 crianças), atividades para a terceira idade (5 utentes), atividades de verão (17 crianças e jovens), grupo etnográfico (24 crianças e jovens), ginástica sénior (16 utentes), transporte e acompanhamento de utentes a consultas médicas (uma média de 8 por mês), atividades de natureza recreativa e cultural, como por exemplo passeios e excursos, workshops, palestras, ações de formação, exposições e concursos, bailes, atividades desportivas, entre outras.

 

Creche vai ser a próxima valência

 

As entidades presentes sublinharam a importância da obra no contexto de uma freguesia do interior. “Trata-se de uma obra de grande importância social, tanto mais porque se realiza numa freguesia do interior, e que tem como objetivo cuidar e oferecer melhores condições de vida a pessoas de um grupo etário muito vulnerável e necessitadas deste género de respostas sociais”, referiu Ofélia Ramos, diretora do Centro Distrital de Segurança Social de Faro.

“Numa freguesia de interior como a Tôr, onde há a dificuldade de fixação das pessoas, se não criarmos aqui infraestruturas, aqueles que aqui nasceram e queiram continuar aqui a viver vão ter muita dificuldade em fazê-lo”, disse Seruca Emídio, presidente da Autarquia louletana.

O autarca falou da rede de infraestruturas de apoio social criada no Concelho de Loulé, com particular destaque para as freguesias rurais e do interior: em Salir, em Alte, em Querença, no Barranco do Velho, em Boliqueime, com exceção do Ameixial, para onde está ainda prevista a criação de um lar de idosos. “Temos a melhor rede de infraestruturas de apoio social, o que se deve ao envolvimento das populações, à sensibilidade da Câmara Municipal e à riqueza de todos nós. Hoje fala-se muito em dívidas mas o que foi conseguido já ninguém nos tira. E a maior satisfação que levo foi ter contribuído para deixar uma rede de apoio social no Concelho de Loulé, invejável a todos os níveis”, frisou.

E para integrar também esta rede, a responsável distrital da Segurança Social falou de outro projeto social que está a ser desenvolvido pela Associação Social e Cultural da Tôr, que já tem financiamento aprovado.

“Tem a ver com a construção de uma creche que vai ter a capacidade para 33 crianças e que irá criar novos postos de trabalho na freguesia. É meu dever enaltecer o espírito empreendedor, o dinamismo, a consciência social de todos os que integram a Associação, que num curto espaço de tempo, vai iniciar a construção de 2 equipamentos sociais de extrema importância para o Concelho e distrito, que vão abranger tanto crianças como idosos, num investimento global de aproximadamente 2.200.000”, explicou Ofélia Ramos, que disse ainda tratarem-se de iniciativas inseridas no Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade Entre Gerações, que se comemora em 2012.

Nesta ocasião, a diretora da Segurança Social falou ainda de três das medidas anunciadas pelo ministro Pedro Mota Soares, no âmbito do Programa de Emergência Social, levado a cabo pelo Governo: aumento e aproveitamento de todas as capacidades instaladas nos equipamentos sociais, nomeadamente nas cantinas sociais, de forma a acudir às situações de fome, estando prevista a instalação de 29 cantinas sociais no distrito de Faro; a tentativa de diminuir a dificuldade de acesso dos idosos mais pobres aos seus medicamentos, estabelecendo parcerias entre farmácias e autarquias; e o aumento da capacidade das respostas dos equipamentos socais – creches, lares, cantinas, etc. –, simplificando as suas regras de utilização para que possam servir quem mais precisa, dentro das garantias da sua funcionalidade.

 

Comentários

pub